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De olho na audiência, ‘Amor de Mãe’ repete parcerias de sucesso de ‘Avenida Brasil’ e ‘Justiça’

Nova novela estreia na faixa das 21h da Globo na próxima segunda-feira (25) com a difícil missão de manter os bons índices de audiência conquistados por sua antecessora


Por Folhapress Publicado 23/11/2019
Reprodução/TV Globo

A novela “Amor de Mãe” estreia na faixa das 21h da Globo na próxima segunda-feira (25) com a difícil missão de manter os bons índices de audiência conquistados por sua antecessora, “A Dona do Pedaço”. Armas, no entanto, não faltam à emissora, que convocou um time de primeira, já consagrado por “Avenida Brasil” (2012) e “Justiça” (2016).

Nessa equipe estão o diretor José Luiz Villamarim, a atriz Adriana Esteves e a autora Manuela Dias. Os dois primeiros, que iniciaram a parceria em “Avenida Brasil”, hoje no ar em Vale a Pena Ver de Novo, se uniram uma segunda vez na série “Justiça”, escrita por Manuela. Agora estarão os três juntos novamente.

“Eu sempre busco trabalhar com pessoas das quais eu gosto e admiro”, afirma o diretor. “Gosto de atores que não parecem estar interpretando e, sim, sendo o personagem. Adriana é assim, ela empresta um tom realista a tudo que faz. Um tom que aparece também nos textos de Manuela, algo importante no meu trabalho como diretor.”

Para Adriana, a convivência já virou amizade. “Já é um parceiro, amigo, uma das pessoas em que mais confio”, afirma ela sobre Villamarim. “Isso vira um presente para toda a equipe que trabalha com ele. Você ter no topo da hierarquia o mais educado, o mais querido, o mais atencioso, o mais elegante, isso puxa o melhor de todo mundo.”

Mas esse triunvirato não estará sozinho. Adriana, que dará vida a Thelma, vai dividir o protagonismo da trama com Regina Casé (Lurdes), que retorna às novelas após 18 anos, e Taís Araujo (Vitória). Juntas, as três vão mostrar várias formas de amor materno em meio a uma série de conflitos e reflexões.

Thelma será uma versão de mãe superprotetora para o filho único, Danilo (Chay Suede). Viúva e em conflito constante com o irmão, que quer vender o restaurante da família, a personagem descobrirá logo no início da trama que tem um aneurisma cerebral inoperável, o que abalará sua vida e poderá mudar sua relação com o filho.

“Ela pode vir a falecer, então acho que tem uma parte muito dramática, forte nessa mulher”, avalia Adriana ao comparar Thelma com Carminha, de “Avenida Brasil”, e Laureta, de “Segundo Sol” (2018). “Mas o bacana, o que me anima é como ela vai resolver essa situação, com sabedoria, grandiosidade, até humor para conduzir a vida.”

Logo no primeiro capítulo, Thelma será acudida por Lurdes (Regina Casé), mãe de quatro filhos, que deixou sua cidadezinha no Rio Grande do Norte em busca de um deles, vendido pelo pai ainda criança. No caminho para o Rio de Janeiro com os outros três, ela encontra Camila (Jéssica Ellen) e a adota também.

“Eu acho que a Lurdes é uma grande vitória das mulheres da minha idade, das mulheres nordestinas, das mulheres pobres. É muito difícil uma protagonista vir dessa classe social, ser dessa idade e encantar as pessoas. Ela tem a pretensão de que as pessoas se apaixonem por ela. É uma vitória tão grande, algo impensável”, afirma Regina.

Completando o time de protagonistas está Vitória (Taís Araujo), uma mãe que ainda não tem um filho. Advogada de sucesso, ela é a mais bem-sucedida profissionalmente das protagonistas, mas que, aos 42 anos, se vê obcecada pela ideia de ser mãe, mesmo diante do fracasso de seu casamento. “É uma história muito parecida com as das mulheres da minha geração”, diz Taís, que tem dois filhos com o ator Lázaro Ramos. “Eu emprestei para Vitória são as minhas fragilidades enquanto mãe, enquanto mulher. Uma mulher da minha idade, que trabalha pra caramba. E tem que se dividir entre a família, o trabalho e as escolhas.”

Manuela Dias, que faz sua estreia em novelas, diz que se inspirou em sua mãe para escrever a trama, mas também nas várias mães brasileiras “que ao mesmo tempo em que são mulheres guerreiras são exuberantes e apaixonadas pela vida, que então em um lugar de luta, uma luta sorridente”.

Para a autora, a maternidade une todas as classes sociais, apesar de vivermos em uma realidade muito estratificada. “Eu queria testar esse amor de mãe, com diversas realidades, possibilidades de realizar esse sonho”, afirma Manuela, que começou a escrever a trama após o nascimento de sua filha, Helena, 3.

VILÕES E SEGUNDAS CHANCES

Apesar de o foco central recair sobre a maternidade, outros tópicos importantes devem ganhar destaque em “Amor de Mãe”, como meio ambiente e sustentabilidade. Na trama, Davi (Vladimir Brichta) será um ativista ambiental que luta pela despoluição da baía de Guanabara, batendo de frente com a empresa PWA, de Álvaro (Irandhir Santos).

Para a autora, Manuela Dias, a temática é importante já que as pessoas tendem a tratar a mãe natureza de forma parecida com que tratam sua mãe, “achando que ela tem que prover tudo e você não tem que fazer nada em troca. Por isso, precisamos repensar, revalorizar cada um a sua mãe, que é essa figura central, civilizatória”.

Apesar de algumas disputas e lados opostos, a nova novela das 21h não deve ter vilões ou mocinhos, afirma a autora. No lugar dos vilões clássicos, que só fazem o mal e querem se dar bem, a trama deve trazer pessoas muito boas cometendo erros horríveis em determinado momento, mas sem deixarem de ser pessoas boas.

“Um ponto que me atrai na história que Manuela criou é que o arco dramático não é conduzido por um vilão, é a vida que dá os ganchos, que surpreende, que vira o jogo”, avalia o diretor José Luiz Villamarim. “Nós brincamos que temos o sonho de que ao final de cada capítulo o espectador ligue para sua mãe”, diz ele, em tom de brincadeira.

REPRESENTATIVIDADE

Após algumas produções da Globo terem sido cobradas pela pouca representatividade, como “Segundo Sol” (2018), a novela “Amor de Mãe” chega com atores negros em lugares de destaque, como a advogada Vitória (Taís Araujo) e a aspirante a jogadora de tênis Marina (Érika Januza).

“A dramaturgia pode estabelecer muitas relações com a realidade, mostrar que no Brasil não somos todos loiros de olhos azuis, então tem que ter mais ator negro sim, em papeis não negros, em papeis diversos, com dilemas diversos, que não só a questão de ser negro ou não”, afirma a autora Manuela Dias.

Segundo a escritora, a dramaturgia também pode abrir espaços na realidade. “A realidade nasce na nossa cabeça, então quando a gente abre um espaço na nossa cabeça, abrimos um espaço na realidade. Então quero essas personagens, negras, poderosas, sem justificar isso. Porque ela ficou rica? Por que a outra faz tênis?.”

Manuela aponta esses personagens como uma forma de as crianças negras, que estão em casa, se identificarem com a personagem mais rica da novela e verem que está tudo bem. “Por que não?”, questiona ela. “Elas não têm sempre que se identificarem com a empregada ou com o motorista.”

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