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Como promover uma moda mais inclusiva no cenário atual?

Thaíse Magal, digital influencer do segmento plus size, diz: "o cenário da moda inclusiva no Brasil ainda é de muitas expectativas para melhorias e crescimento, pois ainda há muito a ser feito”. 


Por Estadão Conteúdo Publicado 01/11/2019

Thaíse Magal, digital influencer do segmento plus size, diz: “o cenário da moda inclusiva no Brasil ainda é de muitas expectativas para melhorias e crescimento, pois ainda há muito a ser feito”.
A moda inclusiva se preocupa em oferecer uma gama de opções, como é o caso das mulheres de manequim plus size. Só em 2017, esse mercado faturou R$ 7,1 bilhões, segundo dados da Associação Brasil Plus Size. Isso prova o constante crescimento desse segmento no país.

Mesmo com a expansão do setor plus size, o mercado da moda para essa área caminha em passos lentos. No Brasil, esse segmento cresceu: 45% entre 2017 e 2018, segundo dados da Forrester Research. Entretanto, ainda não é o suficiente para atender a demanda.

Por outro lado, algumas empresas têm observado a realidade desses consumidores e procuram ofertar peças de acordo com as expectativas e que solucionem as necessidades dessas pessoas.

Barreiras além do manequim

Encontrar roupas adequadas já foi muito frustrante para Thaíse Magal. Ela conta que as marcas não ofereciam peças para pessoas com um manequim maior, algo que também contribuiu para situações embaraçosas.

“Já passei por momentos extremamente constrangedores e que poderiam ser evitados. Certa vez, ao entrar em uma loja, quando procurava por uma calça jeans, uma vendedora disse pra mim de forma muito grosseira: ‘Aqui não tem nada que servirá em você’. Foi uma situação lamentável e que me deixou profundamente chateada”, descreve a blogueira.

Na opinião de Thaíse, o mercado da moda precisa melhorar na oferta de peças plus size, como também preparar os vendedores para lidar com esse público, além de criar peças mais elaboradas e adequadas para vários tipos de corpos.

As grifes e a alta-costura são os segmentos que ainda não despertaram para esse mercado amplo do plus size, conta a blogger, pois ficam presas ao padrão do manequim pequeno, médio e grande.

“Geralmente, o tamanho 46 em diante disponibiliza somente looks simples, de cores padrão. Como digital influencer, tenho consumido produtos de grandes empresas que oferecem belíssimas peças para o manequim plus size. Hoje em dia não existe mais uma marca que deva fabricar somente determinados tamanhos”, complementa.

Além dela, muitas de suas seguidoras relatam dificuldades de encontrar marcas que ofereçam tamanhos maiores e peças bonitas. Um dos casos é de uma noiva que não conseguia encontrar um vestido do seu tamanho e teve que confeccionar um modelo por um valor mais alto.

“O mercado da moda inclusiva, principalmente o plus size, vem crescendo, mas acredito que há um grande potencial além do que já é oferecido. Sinto que as empresas sabem das necessidades desse nicho, mas ainda não se desenvolveram como é esperado”, destacou.

Recepção do mercado versus moda inclusiva

Apesar de determinadas empresas não se concentrarem para atender a demanda do mercado de moda inclusiva, outras empresas ouviram seus consumidores e já são referência.

Luana Soares, social media da marca de moda íntima Click Sophia, relata que o público feminino cobra constantemente peças que atendam o manequim plus size, tecidos mais maleáveis ou roupas práticas, fáceis de vestir e de retirar.

“A demanda é grande, pois são mulheres com biotipos e dificuldades diferentes. Consumidoras plus size solicitam modelos que correspondem ao que precisam e gostam. Por isso, temos ampliado nossa visão quanto a essas necessidades e desenvolvido ao máximo produtos que sejam de acordo com cada realidade”, destacou Luana.

Para ela, quem não abre portas para esse universo perde grandes oportunidades de crescer e de ser autoridade no segmento

“Empresas, indústrias, lojas e revendedoras que não atenderem a essa demanda só têm a perder. É um grande diferencial inserir os requisitos da moda inclusiva, pois isso mostra a preocupação com essas pessoas, além de oferecer uma vida melhor com produtos que possam atender suas reais necessidades”.

Como promover a moda inclusiva? 

De acordo com o Sebrae, o mercado de moda inclusiva é uma oportunidade excelente para investir, já que há um grande público a ser atendido. Os desafios são inúmeros para grandes indústrias, lojas e até mesmo para os revendedores. Algumas ações podem ser fundamentais para o sucesso.

O cenário

O primeiro passo para estar por dentro da moda inclusiva é compreender quais são os tipos de pessoas inseridas nesse nicho. Ao conhecer cada consumidor e suas necessidades, é possível dar continuar ou começar um grande negócio dentro das necessidades do público.

Investimento no mercado

Para esse segmento, que tem como foco tornar mais prática a escolha e o uso do vestuário, é necessário investir na confecção e na divulgação. O investimento vale para testes e pesquisas para compreender os problemas e as soluções para esse nicho, além de estruturar a produção ou venda específica da moda inclusiva.

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