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Vídeo em que suposto químico desdenha de álcool em gel é falso, afirma especialista

O homem que aparece no vídeo se apresenta como Jorge Gustavo e diz ser químico autodidata desde 1995


Por Redação Educadora Publicado 28/02/2020

O Brasil está em estado de alerta depois que um caso de coronavírus foi confirmado, na última terça-feira (25). Logo após a confirmação, a procura por máscaras de proteção e álcool em gel cresceu muito, tanto que em alguns lugares, só se encontra tais produtos sob encomenda.

Ao mesmo tempo que muitas pessoas procuram pelo álcool em gel, começou a circular nas redes sociais um vídeo onde um suposto químico diz que o álcool não é eficaz no combate ao vírus. O homem que aparece no vídeo se apresenta como Jorge Gustavo e diz ser químico autodidata desde 1995. Não contente em afirmar que o álcool, além de ser ineficaz, pode gerar mais bactérias.

Com o intuito de saber a veracidade das informações contidas no vídeo, o portal Banda B conversou com Adriana Pimentel de Almeida Carvalho, coordenadora do curso de Química da Universidade Positivo. E Adriana vai totalmente contra o que foi dito no vídeo.

“Isso é muito grave. Nós estudamos, pesquisamos muito, publicamos tantos artigos e de repente uma pessoa vem se dizendo autodidata e coloca a população quase que em pânico. Toda uma recomendação científica de órgãos que são muito respeitados – isso a nível mundial- e ele fala que tudo isso não vale de nada”, relatou a professora.

De acordo com Adriana, o discurso apresentado no vídeo traz muitas falhas, como por exemplo, quando se fala da composição do álcool. “Começa ali uma fragilidade da fala, que para nós que somos da área e entendemos o que ele fala, ficamos preocupados. Ele comenta que o álcool 70 tem 70% de água e não de álcool. Isso é errado! Temos várias monografias que mostram que, em toda indústria farmacêutica e industria química, a fabricação do álcool em gel é justamente o contrário: Indicam que ele tem 70% de álcool etílico e 10% de água na composição”, explicou.

No mesmo vídeo, o suposto químico diz que o álcool pode ser substituído pelo vinagre, o que caracteriza mais um equívoco. “Outro erro químico que ele diz. O vinagre é um ácido acético que, mesmo fraco, pode causar lesões. O vinagre comercial é uma solução de ácido acético numa composição de 4%, mas isso é pouco para dar um poder de assepsia à esse produto”, disse a professora.

“Quero acreditar que, quando ele faz esse vídeo, queria falar uma linguagem simples, mas que acabou, na simplicidade, errando a fundamentação teórica”, observou. “Tem que ser prudente quando se intitula formado na área e espalha um vídeo ou coloca algo na mídia, pois a pessoa tem que assumir a responsabilidade daquilo que fala”, completou Adriana.

A professora também rebateu a afirmação de que o álcool é mais caro. “Os preços diferentes serão de acordo com o que a pessoa quer, como por exemplo, se o álcool em gel tiver alguma fragrância ou for mais hidratante” .

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