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Mais de 936 milhões de pessoas em todo o mundo têm apneia obstrutiva do sono

Hoje, as mulheres respondem por 40% dos pacientes recém-diagnosticados com apneia do sono


Por Estadão Conteúdo Publicado 12/07/2019

Mais de 936 milhões de pessoas têm apneia obstrutiva do sono, sendo esta a primeira atualização de prevalência da doença em mais de uma década, de acordo com The Lancet Respiratory Medicine, a revista líder mundial em seu campo.

Hoje, a revista The Lancet publicou uma análise multinacional realizada pela ResMed (NYSE: RMD) (ASX: RMD) e 12 líderes acadêmicos em pesquisa do sono. Os resultados foram apresentados pela primeira vez na Conferência Internacional da Sociedade Torácica Americana (American Thoracic Society, ATS) de 2018, em San Diego.

Esse número é quase 10 vezes maior que a estimativa da Organização Mundial da Saúde de 2007, de mais de 100 milhões, levando à renovação de pedidos para que os médicos intensifiquem seus esforços para rastrear, diagnosticar e prescrever tratamento para aqueles que sofrem dessa condição inadvertidamente.

“Mais de 85% dos pacientes com apneia do sono não são diagnosticados, o que significa que centenas de milhões de pessoas têm paradas respiratórias repetidas em vez de terem um sono restabelecedor e saudável a cada noite”, declarou o Dr. Carlos M. Nunez, coautor e diretor médico da ResMed. “Isso aumenta o risco de acidentes no local de trabalho e acidentes automobilísticos, além de poder contribuir para outros problemas de saúde significativos, como hipertensão, doenças cardiovasculares ou até mesmo controle inadequado da glicose para pacientes diabéticos. Sabemos dos riscos e agora sabemos que o tamanho do problema é quase 10 vezes maior do que se pensava anteriormente. A abordagem começa com a triagem de pacientes que sabemos ser de alto risco”.

Por que a apneia do sono não é diagnosticada?

Os pacientes geralmente não sabem que têm apneia. Eles param de respirar por 10 segundos ou mais durante a noite – isso se chama “apneia” – e repetidamente acordam para respirar e evitar o sufocamento. Eles raramente se lembram de acordar, mas o ciclo disruptivo causa a privação crônica do sono.

“Muitos atribuem o cansaço resultante da apneia ao envelhecimento ou ao estresse”, disse Nunez. “Outros pacientes, que mencionam o problema ao seu médico, são diagnosticados erroneamente com insônia, enxaqueca, fadiga crônica ou outras condições. O diagnóstico errado é especialmente comum entre as mulheres, já que se acreditou por muito tempo que a apneia do sono era muito mais comum nos homens”.

Hoje, as mulheres respondem por 40% dos pacientes recém-diagnosticados com apneia do sono.

Outra razão pela qual muitos sofrem sem saber pode ser atribuída a ideias culturais sobre o que constitui um bom sono.

“Por exemplo, alguns acreditam que o ronco pode ser simplesmente uma característica normal de como algumas pessoas dormem, quando, na verdade, é um dos sinais mais importantes para o risco de ter apneia do sono”, disse Nunez. “Com uma prevalência global que se aproxima de 1 bilhão de pessoas, os pacientes e os médicos precisam considerar os riscos e fazer as perguntas que podem ajudá-los a dormir e a viver melhor. Isso não é um problema que pode continuar a ser tratado de maneira superficial ou ser ignorado”.

Quem corre o risco de ter apneia do sono?

Mais da metade de todas as pessoas com obesidade, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório (AIT), fibrilação atrial ou diabetes tipo 2 também têm apneia do sono, de acordo com pesquisas importantes.

O ronco é o indicador número um de apneia do sono em homens e mulheres, embora nem todos que roncam têm apneia e nem todos que têm apneia roncam.

As pessoas que param de respirar por longos períodos durante o sono também correm maior risco de desenvolver o distúrbio.

“A questão crucial é: se você está sempre cansado ou tem outras condições ligadasàapneia do sono, nunca é demais perguntar ao seu médico sobre isso”, disse Nunez. “Não se conforme em estar cansado o tempo todo. A apneia do sono é 100% tratável. Você pode melhorar seu sono, seu humor, seus relacionamentos no trabalho e em casa, sua saúde, talvez até mesmo outras condições médicas que você esteja administrando. Mas primeiro você tem que descobrir.”

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