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Interior tem mais casos do que SP pela 1ª vez; cidades voltam a fechar comércio

São Paulo chegou a 12.634 mortes nesta segunda-feira (23)


Por Estadão Conteúdo Publicado 23/06/2020
Foto: Pixabay

O interior paulista, novo epicentro da pandemia no Estado, registrou pela primeira vez número maior de novos casos da covid-19 do que a capital no fim de semana. Mesmo com aval para liberar o comércio segundo o plano de reabertura gradual da gestão João Doria (PSDB), Campinas e Sorocaba fecharam as lojas ontem diante da alta de infectados. Já Marília e Registro, que receberam orientação do governo para retomar restrições a atividades econômicas, decidiram manter o comércio aberto. O Estado informou já ter notificado os dois municípios.

São Paulo chegou a 12.634 mortes nesta segunda-feira (23). A previsão do governo era de passar de 16 mil no fim do mês, mas agora a gestão Doria disse que a alta diária de óbitos tem sido menor do que a projeção inicial.

No Brasil, o total de mortes atingiu 51.407, aponta levantamento conjunto dos veículos de comunicação Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. Ontem, foram 748 novos registros. Segundo o balanço, 1.111.348 já foram infectados no País.

“O interior (paulista) passou a capital em número de novos casos este fim de semana, com 14,5% a mais. Registra inversão na lógica de que a capital era o epicentro da crise”, disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. “É um momento de cooperação, tendo em vista que a ação de um prefeito afeta os municípios vizinhos.” O plano estadual de flexibilização da quarentena tem cinco fases. Cada região é classificada em uma etapa, considerando o número de infectados, mortes e a ocupação das UTIs. Se há piora no quadro, a região pode regredir de fase.

A taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado de São Paulo ontem era de 65%. O governo admite haver estoque baixo de anestésico para entubar pacientes, mas diz já ter pedido nova remessa à União.

Com todos as UTIs públicas e privadas para a covid-19 ocupadas e três pacientes na fila, Sorocaba voltou a fechar o comércio ontem. Embora siga na fase laranja, que permite reabrir lojas e shoppings, na prática a cidade regrediu à vermelha, de maior restrição. No centro, guardas-civis percorriam as ruas para fiscalizar ontem. “Estamos em vias de aumentar a disponibilidade de leitos em dois hospitais, mas até lá a população precisa colaborar. Com a flexibilização anterior do comércio, houve muito abuso, desleixo grande da população”, disse o médico Fernando Brum, do comitê local de combate ao vírus. A restrição vale até sexta.

Campinas, além de restringir o comércio, suspendeu cirurgias eletivas para desafogar hospitais. A cidade está na fase laranja, mas adotou restrições do nível vermelho. Na rede municipal, a lotação das UTIs é de 100%. Consumidores desavisados ainda foram aos shoppings ontem, causando aglomeração.

Marília e Registro

O Estado anunciou semana passada o recuo das regiões de Registro e Marília no plano de reabertura, o que já havia feito com a região de Barretos. A regressão foi da fase laranja para a vermelha.

Apesar disso, Marília manteve o comércio aberto ontem. A prefeitura alega que a Justiça deu autonomia à prefeitura para definir medidas sanitárias.

Conforme o prefeito Daniel Alonso (PSDB), o problema não está no comércio, pois há fiscalização. “Está nos fins de semana, nas chácaras particulares, onde se veem filas quilométricas de carros, onde muito provavelmente há pessoas se aglomerando, se abraçando.” A prefeitura diz que vai ampliar o número de leitos e respiradores.

Em Registro, o prefeito Gilson Fantin (PSDB) também entrou na Justiça contra a reclassificação, mas o pedido ainda não havia sido julgado até ontem à tarde. Lá, o comércio funcionou ontem por quatro horas. A Associação Comercial, Industrial e Agropecuária da região diz seguir medidas de higiene.

Segundo Vinholi, as duas prefeituras já foram notificadas sobre o descumprimento à regra. O Estado tem prometido acionar a Promotoria e a Justiça em caso de desrespeito ao plano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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