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Presidente Bolsonaro critica enredo da Mangueira no Carnaval do RJ

Para ele, o tema escolhido pela escola carioca ataca religiões


Por Folhapress Publicado 25/02/2020
RIO DE JANEIRO (RJ), 23/02/2020 РMANGUEIRA/CARNAVAL RIO- Apresentação da escola de samba Estação Primeira de Mangueira no primeiro dia de desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, neste domingo(23), na Marquês de Sapucaí, Sambódromo do Rio de Janeiro, na zona central do Rio.(Foto: Marcelo Fonseca/Folhapress).

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou nesta terça (25) a escola de samba Mangueira, que apresentou enredo sobre Jesus Cristo na Sapucaí. Para ele, o tema escolhido pela escola carioca ataca religiões.


As críticas -Bolsonaro também reclamou da Folha de S.Paulo por publicar reportagem a respeito do enredo, crítico a ele – foram feitas em live transmitida da praia do Canto do Forte, em Praia Grande (SP).


O presidente está hospedado desde sexta (21) no hotel de trânsito do Forte dos Andradas, em Guarujá, onde passa o Carnaval. Nesta terça, saiu em passeio de jet ski com a filha mais nova, Laura.


Logo na chegada a Praia Grande, durante uma caminhada para saudar apoiadores, Bolsonaro afirmou que a escola carioca “desacatou religiões” com a imagem de Jesus Cristo.


“Vamos ver a reação do povo aí. Um dia vou ter alguma vaia também, né? E a imprensa vai divulgar. A Folha de S.Paulo, hoje, foi buscar uma imagem no Carnaval do Rio, uma imagem de uma escola de samba desacatando as religiões, né? Cristo levando uma batida de policial. Faz vinculação comigo. Estão buscando uma imagem no Rio para me atingir.”
A declaração ocorreu em transmissão ao vivo em uma de suas redes sociais realizada pela comitiva que acompanha o presidente –algo que se tornou habitual em todas as suas movimentações nesta estadia pela cidade.


O enredo escolhido pela Mangueira contou a história de um Jesus de “rosto negro, sangue índio e corpo de mulher” e incluiu críticas ao presidente nos versos “Favela, pega a visão / Não tem futuro sem partilha / Nem messias de arma na mão” (Messias é o nome do meio de Bolsonaro, e o gesto da arma, seu favorito).


A comissão de frente da Mangueira mostrou policiais que revistavam e agrediam os apóstolos, muitos deles negros, e até o próprio Cristo, de pele branca e look hip-hop. Nos carros alegóricos, Jesus foi representado ora como índio ora como sem-teto.


O enredo também foi criticado pelo ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que acompanha Bolsonaro no feriado. 
“Sou defensor da liberdade de expressão, valor importante na Democracia!! Mas como Cristão não creio ser razoável usar a figura de Jesus, filho de Deus, da forma que a escola de samba Mangueira fez!! Independente dos que acreditam ou não, respeitem os Católicos e Cristãos!!”, escreveu em rede social.


Mais tarde, apoiadores do político hostilizaram jornalistas que esperavam Bolsonaro no Forte dos Andradas.


Um dos presentes escreveu “fake news” em um papel quando uma repórter se preparava para gravar. Questionado se era pago para estar ali, ele respondeu que não era prostituta. Uma jornalista revidou com um tapa, e um policial acalmou os ânimos.

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