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Escolhido para assumir o MEC, Ribeiro defendeu educar crianças pela ‘dor’

O uso de castigo físico em crianças foi proibido pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), após a sanção da Lei da Palmada, em 2014, que alterou a lei que dispõe sobre o estatuto


Por Folhapress Publicado 11/07/2020
Foto: Divulgação/Universidade Presbiteriana Mackenzie

O pastor e professor universitário Milton Ribeiro, escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como novo ministro da Educação, já defendeu educar crianças com “dor“.

“A correção é necessária pela cura. Não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves. Talvez uma porcentagem aí muito pequena de criança precoce, superdotada, é que vai entender o seu argumento. Deve haver rigor, severidade. E vou dar um passo a mais, talvez algumas mães até fiquem com raiva de mim: deve sentir dor”, afirmou Ribeiro em vídeo que circula nas redes sociais.

Originalmente, o vídeo, intitulado “A Vara da Disciplina”, foi publicado em 2016 pela Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, no YouTube. Após sua disseminação nas redes sociais, ele ficou indisponível na plataforma.

Nele, Ribeiro também afirmava: “Pastor, o senhor está sendo muito anti-pedagógico. Eu amo as crianças da minha igreja”. O Ministério da Educação não respondeu até a publicação desta nota.

O uso de castigo físico em crianças foi proibido pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), após a sanção da Lei da Palmada, em 2014, que alterou a lei que dispõe sobre o estatuto.

Dessa forma, foi estabelecido que crianças sejam educadas e cuidadas sem o uso de castigo físico ou de “tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação”.

Mais de 50 países já criaram leis que proíbem as punições corporais às crianças. Em julho de 2019, a França se tornou o 56º a adotar lei da palmada, segundo uma lista realizada por uma ONG britânica. A Suécia foi o primeiro país europeu a adotar a lei, em 1979, seguido por Finlândia (1983) e Noruega (1987).

A comunidade científica vem estudando a ligação entre as surras e problemas de saúde mental na vida adulta, e os trabalhos ajudaram a embasar a decisão desses países de proibir o castigo físico.

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