Usamos cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Em carta, Léo Pinheiro diz que não sofreu coação para delatar Lula

Declarações foram feitas em carta enviada ao jornal Folha de S.Paulo, divulgada nesta quinta-feira (4)


Por Redação Educadora Publicado 04/07/2019

O ex-executivo da OAS, Léo Pinheiro, reafirmou as acusações que fez contra o ex-presidente Luiz Inácio da Silva e disse que não foi coagido a mudar suas declarações para conseguir um acordo de delação premiada com a Lava Jato.

As declarações foram feitas em carta enviada ao jornal Folha de S.Paulo, divulgada nesta quinta-feira (4).

Esta é a primeira vez que Pinheiro fala à imprensa desde que foi preso, em 2016. Pinheiro foi uma das principais testemunhas do processo do triplex do Guarujá (SP), que levou à prisão do ex-presidente. Segundo o ex-executivo, suas declarações foram endossadas por provas.

“Afirmo categoricamente que nunca mudei ou criei versão, e nunca fui ameaçado ou pressionado pela Polícia Federal ou Ministério Público Federal”, diz.

Pinheiro diz que conseguiu o acordo de delação antes de ser preso, dizendo que não sofreu pressão das autoridades. Para ele, delatar Lula foi uma “forma de passar a limpo erros”. O ex-executivo disse ainda que seu compromisso com a verdade é “irrestrito e total”.

“Não sou mentiroso nem vítima de coação alguma”, afirma. “A credibilidade do meu relato deve ser avaliada no contexto de testemunhos e documentos.

Apartamento era de Lula

Na carta, o ex-executivo nega a mudança de versões: “A primeira vez que fui ouvido por uma autoridade sobre o caso denominado como tríplex foi no dia 20 de abril de 2017, perante o juiz federal Sergio Moro”.

Na mensagem enviada em papel ao jornal, Léo Pinheiro assegurou que “o apartamento nunca tinha sido colocado à venda porque o ex-presidente Lula era seu real proprietário”, relembrando o que afirmou a Moro no depoimento.

Em seguida, reforçou que as benfeitorias no imóvel seguiram as ordens de Lula e familiares. “Preciso dizer que as reformas não foram um presente”, disse.

Léo Pinheiro ainda repetiu as acusações que fez ao ex-presidente nos processos judiciais, detalhou as idas ao tríplex e ao sítio junto com Lula e garantiu que os depoimentos dados ao Poder Judiciário foram feitos “de maneira espontânea e voluntária, sem qualquer benefício prévio pactuado, onde, inclusive, abri mão de meu direito constitucional ao silêncio”.

Vazamento de mensagens 

Em algumas mensagens, procuradores se mostraram desconfiados a respeito do empreiteiro. Segundo a Folha, as mensagens indicam que Léo Pinheiro só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento de Guarujá que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista.

Pinheiro teria mudado sua versão de depoimento duas vezes até que, em 2017, afirmou que o triplex seria de Lula. O ex-executivo disse que as obras no apartamento e no sítio de Atibaia eram financiadas pela OAS e descontada de propina ao PT.

Defesa de Lula

Em nota, a defesa do ex-presidente Lula, afirma que carta encaminhada por Léo Pinheiro ao jornal Folha de S. Paulo, no dia 4 de julho, é incompatível com os diálogos de procuradores da Lava Jato divulgados pelo próprio jornal e pelo “The Intercept” e em momento algum abala o que sempre foi demonstrado pela defesa do ex-presidente.

A defesa reafirma que na prisão, Pinheiro fabricou uma versão para incriminar Lula em troca de benefícios negociados com procuradores. “A pressão sobre Léo Pinheiro para incriminar Lula, tal como revelado pelos citados diálogos, é compatível com os acontecimentos da época”.

As informações são do portal R7.

✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.