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Buscando reaproximação com ruralistas, Bolsonaro ouve pedido por mais recursos

No encontro, ouviu novos pedidos para direcionar recursos do Orçamento para questões como pesquisa, defesa e assistência técnica rurais


Por Estadão Conteúdo Publicado 12/02/2020
Em busca de uma reaproximação com a bancada ruralista, o presidente Jair Bolsonaro ofereceu um café da manhã para a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta quarta-feira, 12, no Palácio do Planalto. No encontro, ouviu novos pedidos para direcionar recursos do Orçamento para questões como pesquisa, defesa e assistência técnica rurais.

O líder do grupo, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou que o governo demonstra maior “sintonia” após o primeiro ano de gestão e, agora, “encontrou o caminho”. “Vamos pisar fundo”, disse Moreira a jornalistas. Além de deputados e senadores, participaram do encontro desta quarta os ministros Tereza Cristina (Agricultura), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

No fim do ano passado, Moreira afirmou que a bancada endureceria a relação com o governo justamente pela redução de recursos para o setor em 2020. Só na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o corte foi de quase metade do que foi destinado em 2019 – a proposta orçamentária do governo destina R$ 1,982 bilhão à estatal em 2020, redução de R$ 1,732 bilhão sobre o valor aprovado para o ano passado, de R$ 3,634 bilhões.

De acordo com o líder da bancada, a ministra da Agricultura marcou um encontro com o colega da Economia, Paulo Guedes, para discutir a questão. “O Orçamento agora está na mão da Câmara, na mão do Congresso. Temos que articular para conseguir os recursos necessários”, disse Moreira ao Broadcast/Estadão. “O presidente se manifestou favorável (a aumentar recursos para o setor), mas disse que tem que haver uma articulação política entre os líderes e com o presidente da Casa, com o relator do Orçamento, junto com o Paulo Guedes para poder fazer isso.”

Desde o início do mandato, Bolsonaro tenta priorizar o diálogo com bancadas parlamentares em detrimento dos partidos políticos, mas ouviu críticas nos últimos meses, inclusive dos representantes do agronegócio. Nesta quarta, Moreira destacou que a FPA é formada por mais de 250 parlamentares e que pode apoiar pautas do governo no Congresso. O apoio, no entanto, não é irrestrito. Ele ponderou que cada pauta deverá ser avaliada separadamente.

Apesar disso, o líder dos ruralistas reforçou que os parlamentares têm seus partidos e que não necessariamente compõem a base do governo.

Moreira disse que, no café da manhã, o presidente não se comprometeu a encaminhar pautas específicas ao Legislativo, mas que a criação do Conselho da Amazônia, formalizada na terça-feira, 11, pode ajudar a viabilizar uma “gestão legalizada” da região. O deputado falou sobre o assunto ao tratar do projeto que regulariza atividades exploratórias, como o garimpo, em áreas protegidas. De acordo com Moreira, Bolsonaro pediu apoio para o texto no Congresso.

O líder da FPA também destacou que o presidente “tem vontade” de priorizar projetos do agronegócio, mas que há outras instâncias, inclusive do Judiciário, que precisam ser consideradas. “É preciso fazer isso de forma amadurecida”, defendeu.

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