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Polícia encontra 33 pit bulls em chácara no interior de SP após fechar rinha

Pit bulls encontrados na chácara devem ser levados a ONGs, e será investigado se eles também eram treinados e usados em lutas.


Por Folhapress Publicado 17/12/2019
Foto: Divulgação/Aspa Itu

Em meio às investigações sobre uma rinha de cães desarticulada em Mairiporã, na Grande São Paulo, uma denúncia levou a polícia a localizar mais 33 pit bulls em Itu, no interior paulista. A chácara pertence a um dos 41 presos na operação do fim de semana.

Os policiais foram ao local nesta segunda-feira (16). Os cães estavam acorrentados, separados uns dos outros.

Segundo a TV Tem, o responsável pelo local é um peruano, e os animais estão debilitados. “É lamentável ver o que o ser humano é capaz”, disse Patrícia Daut, da Aspa Itu (Associação de Socorro e Proteção aos Animais), à emissora ao relatar que os cães estão magros, abalados e vivendo em local sujo.

Os pit bulls encontrados nessa chácara devem ser levados a ONGs, e será investigado se eles também eram treinados e usados em lutas.
A rinha fechada no fim de semana foi localizada após denúncia feita à Polícia Civil do Paraná. As investigações duraram quatro meses, e a operação contou com a Polícia Civil de São Paulo.

No total, 41 pessoas foram detidas no local, incluindo um americano, dois peruanos, dois mexicanos. Também havia um médico e um veterinário. Nesta segunda, à Justiça determinou fiança para libertar 40 pessoas. O único que permanece na prisão foi apontado como um dos organizadores.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária informou que o profissional envolvido tem registro para atuação no estado do Amazonas e que tomará as medidas necessárias “para a apuração dos fatos e tomará as providências cabíveis no que tange à ética profissional”.

Ao chegar ao loca da rinha, os policiais encontraram dois animais no meio de uma luta; havia outros feridos e até mortos. Carne de cachorro era assada para ser servida aos frequentadores, afirma a polícia.

Era cena de terror, conforme o delegado Matheus Loiola, chefe da DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) do Paraná. “Em 13 anos de polícia, nunca vi nada parecido”, diz

Segundo ele, a maioria dos policiais se comoveu com a situação dos cães. Havia 19 animais, e dois morreram. Os resgatados estão sob cuidados de Encontrei um Amigo, Pits Ales e Instituto Luisa Mell -para onde foram levados os casos mais graves.

Loiola diz que os pit bulls passavam fome e sede para ficarem estressados. Em um dos cômodos havia soro para reanimar os cães feridos, para, assim, voltarem a brigar.

De acordo com o delegado, os cães resgatados são dóceis, embora treinados para não conviver pacificamente com outros animais. “O problema é o ser humano, não a raça”, lembrou Loiola em uma live.

O delegado diz que o grupo promovia apostas internacionais e era bem organizado -tinha troféu e até camiseta especificando cada animal para a rinha. Canis também devem ser alvos de investigação.

A lei que pune maus-tratos a animais é considerada branda, e o caso reacendeu nas redes sociais movimento que pede cadeia para quem praticar esse tipo de crime.

De acordo com a lei nº 9.605/1998, de crimes ambientais, maus-tratos pode render detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal. O responsável, no entanto, dificilmente vai preso.

Crimes com punições de até dois anos são considerados de menor potencial ofensivo, e a pena normalmente é convertida em prestação de serviço.

No fim da noite desta segunda, o plenário da Câmara aprovou regime de urgência para o projeto de lei do deputado Fred Costa (Patriota-MG), que aumenta a pena para reclusão de dois a cinco anos no caso de maus-tratos a animais.

A expectativa é que a proposta seja analisada logo em comissão especial que trata do tema.

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