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Cães dos bombeiros ajudam em buscas após dois meses da tragédia de Brumadinho

Único Canil do Corpo de Bombeiros da PM de São Paulo referência em localização de pessoas em desastres envia mais uma equipe à Minas Gerais


Por Redação Educadora Publicado 11/04/2019

Já se passaram mais de dois meses desde que a barragem de uma mineradora se rompeu em Brumadinho, Minas Gerais, causando uma tragédia de comoção nacional. De lá para cá, 169 bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo já estiveram no local auxiliando nas buscas e emergências. O que muita gente não sabe é que além desses profissionais, cães também estiveram e continuam indo ao estado mineiro para ajudar nos trabalhos em uma verdadeira Operação Canina.

“A ação humana e a tecnologia não vencem a sensibilidade dos cães”, destaca o tenente-coronel Marcelo César Carnevale, comandante do 1° Grupamento do Corpo de Bombeiros de São Paulo, sediado no bairro Ipiranga. A unidade abriga o canil da instituição, onde os cães responsáveis por ajudar Brumadinho estão alocados.

Após uma solicitação de Minas Gerais, uma equipe com três bombeiros e dois cães – Hope e Cléo – do canil serão enviados novamente à Brumadinho na quinta-feira (11) e lá permanecerão até 25 de abril. O motivo é simples: os cães mineiros estão cansados após tantos dias de buscas. Agora é a vez de outros estados darem uma mão, como fará São Paulo.

“A ajuda de São Paulo com o envio de cães é de extrema importância na busca de corpos em locais onde não conseguimos visualizar”, explicou o 1° tenente Lucas Silva Costa, comandante do Pelotão de Busca e Salvamento com Cães de Minas Gerais.

“Não é um esforço, já que o Corpo de Bombeiros trabalha em prol da vida, do meio ambiente e do patrimônio. Esses heróis [bombeiros e cães] se aperfeiçoam diuturnamente para bem atender a população em qualquer circunstância necessária”, ressaltou o 1° tenente Danilo César de Oliveira, comandante do canil do Corpo de Bombeiros de São Paulo, o único do Estado, subordinado à instituição, para busca e salvamento com referência em localização de pessoas em estruturas colapsadas. Ou seja, em desabamentos, desmoronamentos e desastres naturais.

Atualmente, a unidade conta com oito cadelas das raças Labrador e Pastor-belga Malinois que passam por um treinamento duro diariamente para conseguirem ser precisas na identificação de odores humanos e, assim, localizar pessoas em meio a ocorrências de grande complexidade, como aconteceu em Brumadinho.

Cada uma delas possui um bombeiro treinador, que monta cenários diferentes dentro e fora do posto do Corpo de Bombeiros. Em algumas das atividades ao ar livre, tubos com concreto são colocados no caminho dos cães para saber se conseguem identificar odores específicos, como suor e sangue. Em outros casos, a equipe de bombeiros busca locais onde houve demolições e, com a autorização dos proprietários dos terrenos, aplicam novos testes nos cães.

“Todo o nosso canil é formado por cadelas porque elas possuem mais células responsáveis por sentir odores do que os machos, o que aumenta a precisão em campo”, explica o sargento Ricardo Oliveira dos Santos. O bombeiro esteve em Brumadinho com a pequena Moly, de um ano e quatro meses, a cadela do qual é responsável e treinador.

“Lá, equipes territoriais faziam as buscas e quando suspeitavam de algum local específico chamavam o nosso grupo para que os nossos cães vasculhassem e apontassem a presença de pessoas”, contou o sargento. “É impossível descrever a emoção de poder ajudar e ver o olhar e os bilhetes de agradecimento dos mineiros”, completou.

Atualmente a equipe do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais conta com 15 cães, sendo que apenas seis estão aptos à procura de cadáveres. Eles estão atuando desde quando ocorreu a tragédia, em 25 de janeiro, e por estarem muito cansados não conseguem voltar aos trabalhos.

“A equipe de São Paulo foi uma das mais operativas em Brumadinho. Com certeza foi e continuará sendo um trabalho e parceria de sucesso, com resultado efetivo”, avaliou o tenente-coronel Eduardo Ângelo Gomes da Silva, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad) do estado de Minas Gerais.

Além de São Paulo, auxiliam Brumadinho com o envio de cães, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro.

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