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Velhos isolados correm mais risco que os ligados à família na pandemia, revela estudo italiano

Associação entre morbidade e idade já era conhecida, mas o estudo queria confirmar o papel do contato intergeracional na disseminação do vírus entre os mais velhos


Por Folhapress Publicado 26/06/2020
Foto: Sabine Van Erp/Pixabay

O impacto desproporcional da covid-19 sobre os italianos mais velhos parece ter maior relação com o isolamento social em que grande parte deles vivia do que com a quantidade de seus contatos com gente mais nova, revela um estudo publicado na revista PLOS One em de 21 de maio.

A associação entre morbidade e idade já era conhecida, mas a pesquisa comandada pelo doutor Giuseppe Liotta, professor associado de higiene e saúde pública da Universidade de Roma, queria confirmar o papel do contato intergeracional na disseminação do vírus entre os mais velhos.

Para testar a hipótese, analisaram diversas variáveis, como o percentual de pacientes acima dos 80 anos entre os infectados, o número de leitos disponíveis em casas de repouso, a taxa de incidência de Covid-19 e o tempo de expansão da contaminação, chamado de maturidade da epidemia. Incluíram ainda na análise o tamanho médio das famílias e a porcentagem de pessoas vivendo sós.

No fim das contas, encontraram um paradoxo: a pandemia foi mais grave em regiões italianas com maior fragmentação familiar e maior disponibilidade de leitos nas chamadas instituições de longa permanência, ou casas de repouso. A interpretação dos relatórios diários do Ministério da Saúde da Itália entre 28 de fevereiro e 31 de março, com base nos dados domiciliares e populacionais de cada região administrativa italiana, provou que há, na verdade, uma correlação negativa entre o tamanho médio das famílias e a porcentagem de residentes com mais de 80 anos infectados pelo novo coronavírus.

Quando compararam a proporção de infecções por covid-19 em idosos com a porcentagem de domicílios com um só membro e taxa de leitos para idosos, a situação se inverteu. Em resumo: pelo estudo italiano, o isolamento social dos velhos é um fator de risco maior para os idosos do que o contato intergeracional.

Os pesquisadores especulam que, no fim das contas, as relações sociais podem servir como um fator protetor contra o aumento das taxas de mortalidade da covid-19.

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