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Evo Morales renuncia

Clima de tensão toma conta do país


Por Folhapress Publicado 10/11/2019
Foto: Agência Brasil

O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou novas eleições neste domingo (10), com a renovação do órgão eleitoral, e pediu que “se reduza toda a tensão” no país, após três semanas de enfrentamentos violentos que causaram três mortes e deixaram mais de 300 feridos nas principais cidades do país. Segundo o governo boliviano, ele renunciou ao cargo.

A tensão aumentou ao longo do dia, com a oposição insistindo que Evo renunciasse. O comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, fez um pronunciamento na televisão à tarde, em que “sugere que Evo Morales renuncie a seu mandato”, para pacificar as ruas.

O anúncio do novo pleito foi feito pelo mandatário na manhã do domingo, depois que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, pediu a anulação das eleições na Bolívia, após auditoria realizada na apuração dos votos. Almagro instou o governo de Morales a convocar novas eleições.
Ao aceitar a auditoria da OEA, Morales tinha se comprometido a respeitar as conclusões desta análise. O presidente, porém, não mencionou o parecer da OEA em sua fala. Disse que tomou a decisão depois de consultar a COB (Central Trabalhista da Bolívia) e os “distintos setores do campo e da cidade”.

A tensão na Bolívia vem escalando por conta de enfrentamentos entre apoiadores e críticos de Morales, que o acusam de fraude.presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou novas eleições neste domingo (10), com a renovação do órgão eleitoral, e pediu que “se reduza toda a tensão” no país, após três semanas de enfrentamentos violentos que causaram três mortes e deixaram mais de 300 feridos nas principais cidades do país.
A tensão aumentou ao longo do dia, com a oposição insistindo que Evo renunciasse. O comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, fez um pronunciamento na televisão à tarde, em que “sugere que Evo Morales renuncie a seu mandato”, para pacificar as ruas.

O anúncio do novo pleito foi feito pelo mandatário na manhã do domingo, depois que o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, pediu a anulação das eleições na Bolívia, após auditoria realizada na apuração dos votos. Almagro instou o governo de Morales a convocar novas eleições.
Ao aceitar a auditoria da OEA, Morales tinha se comprometido a respeitar as conclusões desta análise. O presidente, porém, não mencionou o parecer da OEA em sua fala. Disse que tomou a decisão depois de consultar a COB (Central Trabalhista da Bolívia) e os “distintos setores do campo e da cidade”.
A tensão na Bolívia vem escalando por conta de enfrentamentos entre apoiadores e críticos de Morales, que o acusam de fraude. Nos últimos dias, houve levantes de policiais e militares que se recusaram a tomar ações de repressão contra opositores, enquanto Morales acusou uma “tentativa de golpe de Estado”.

Os resultados da auditoria da OEA seriam divulgados apenas em 13 de novembro, mas foram adiantados “por conta da gravidade das denúncias”, disse Almagro em um comunicado em que pede que a eleição do último dia 20 de outubro “seja anulada e que o processo eleitoral comece novamente”.
A OEA também afirma no documento que o governo deve marcar o novo pleito “assim que existam novas condições que deem garantias de sua realização, entre elas uma nova composição do órgão eleitoral”.
A Bolívia vive um agravamento da tensão nas ruas por conta dos resultados contraditórios divulgados após as eleições do último dia 20 de outubro.

O órgão eleitoral iniciou uma contagem rápida, que dava um resultado de segundo turno até os 80% das atas apuradas. Três horas depois, porém, essa contagem foi interrompida por 24 horas, enquanto se acelerou a contagem “voto a voto”. Quando por fim foram anunciados os resultados, Morales estava na frente por pouco mais de dez pontos percentuais de vantagem, o que o levaria a conquistar seu quarto mandato já num primeiro turno.
Desde então, os protestos vêm aumentando em La Paz e em outras cidades, com ataques a casas de autoridades, incêndios e confrontos de rua.
O presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Víctor Borda, renunciou ao cargo neste domingo após manifestantes atacarem sua casa em meio aos protestos que reivindicam a renúncia de Evo Morales.
Em intervalo de horas, dois ministros do governo Evo fizeram o mesmo: Luis Alberto Sánchez (Hidrocarbonetos) e César Navarro (Mineração), que abdicou do posto depois que opositores queimaram sua casa.
REAÇÕES
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota expressando “profunda preocupação com as graves irregularidades” apontadas na auditoria da OEA e afirmando considerar “pertinente a convocação de novas eleições gerais em resposta às legítimas manifestações do povo”.
O oposicionista Carlos Mesa, que disputou a eleição com Morales e o acusou de fraude, disse que o atual presidente “não deveria se candidatar no novo pleito, se ainda lhe resta algo de patriotismo.”
Mesa, que teria ficado em segundo lugar na eleição agora anulada, diz que a candidatura de Morales já era ilegal em primeiro lugar -por ter usado um artigo da Declaração Internacional de Direitos Humanos para desconsiderar a Constituição, que só permite uma reeleição, e por ter se negado a aceitar o resultado do referendo de 2016.
Para Mesa, “nem Morales nem seu vice, García Linera, estão em condições de presidir um processo eleitoral”. E pediu mais do que novas eleições, que Evo renuncie e que passe a tarefa de comandar o novo pleito ao Congresso.
“Evo vai ter de sair e a Bolívia será livre”, disse à Folha o ex-presidente de direita Jorge “Tuto” Quiroga, aliado de Carlos Mesa. E acrescentou que o anúncio das novas eleições “pode ser apenas uma tentativa de ganhar tempo, por isso não vamos relaxar em nossas posições”.
O líder opositor venezuelano Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, disse, por meio das redes sociais: “Se sente um furacão democrático na América Latina. Viva a Bolívia, filha predileta do libertador.” É uma referência a Simón Bolívar (1783-1830), a quem o país deve seu nome.
Enquanto isso, no fórum do Grupo de Puebla, os líderes de esquerda reunidos seguiam afirmando que o que está ocorrendo na Bolívia é um “golpe de Estado” e que “não há evidências de fraude nas eleições”. No vídeo enviado por Lula ao evento, o ex-presidente brasileiro disse que Evo Morales estava sendo vítima de “uma canalhice”.​
López-Obrador, presidente do México, apoiou a decisão de Morales, “foi uma decisão democrática e correta, apoiamos essa decisão.”últimos dias, houve levantes de policiais e militares que se recusaram a tomar ações de repressão contra opositores, enquanto Morales acusou uma “tentativa de golpe de Estado”.

Os resultados da auditoria da OEA seriam divulgados apenas em 13 de novembro, mas foram adiantados “por conta da gravidade das denúncias”, disse Almagro em um comunicado em que pede que a eleição do último dia 20 de outubro “seja anulada e que o processo eleitoral comece novamente”.

A OEA também afirma no documento que o governo deve marcar o novo pleito “assim que existam novas condições que deem garantias de sua realização, entre elas uma nova composição do órgão eleitoral”.
A Bolívia vive um agravamento da tensão nas ruas por conta dos resultados contraditórios divulgados após as eleições do último dia 20 de outubro.

O órgão eleitoral iniciou uma contagem rápida, que dava um resultado de segundo turno até os 80% das atas apuradas. Três horas depois, porém, essa contagem foi interrompida por 24 horas, enquanto se acelerou a contagem “voto a voto”. Quando por fim foram anunciados os resultados, Morales estava na frente por pouco mais de dez pontos percentuais de vantagem, o que o levaria a conquistar seu quarto mandato já num primeiro turno.
Desde então, os protestos vêm aumentando em La Paz e em outras cidades, com ataques a casas de autoridades, incêndios e confrontos de rua.

O presidente da Câmara dos Deputados da Bolívia, Víctor Borda, renunciou ao cargo neste domingo após manifestantes atacarem sua casa em meio aos protestos que reivindicam a renúncia de Evo Morales.
Em intervalo de horas, dois ministros do governo Evo fizeram o mesmo: Luis Alberto Sánchez (Hidrocarbonetos) e César Navarro (Mineração), que abdicou do posto depois que opositores queimaram sua casa.

REAÇÕES
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota expressando “profunda preocupação com as graves irregularidades” apontadas na auditoria da OEA e afirmando considerar “pertinente a convocação de novas eleições gerais em resposta às legítimas manifestações do povo”.

O oposicionista Carlos Mesa, que disputou a eleição com Morales e o acusou de fraude, disse que o atual presidente “não deveria se candidatar no novo pleito, se ainda lhe resta algo de patriotismo.”
Mesa, que teria ficado em segundo lugar na eleição agora anulada, diz que a candidatura de Morales já era ilegal em primeiro lugar -por ter usado um artigo da Declaração Internacional de Direitos Humanos para desconsiderar a Constituição, que só permite uma reeleição, e por ter se negado a aceitar o resultado do referendo de 2016.

Para Mesa, “nem Morales nem seu vice, García Linera, estão em condições de presidir um processo eleitoral”. E pediu mais do que novas eleições, que Evo renuncie e que passe a tarefa de comandar o novo pleito ao Congresso.
“Evo vai ter de sair e a Bolívia será livre”, disse à Folha o ex-presidente de direita Jorge “Tuto” Quiroga, aliado de Carlos Mesa. E acrescentou que o anúncio das novas eleições “pode ser apenas uma tentativa de ganhar tempo, por isso não vamos relaxar em nossas posições”.

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, disse, por meio das redes sociais: “Se sente um furacão democrático na América Latina. Viva a Bolívia, filha predileta do libertador.” É uma referência a Simón Bolívar (1783-1830), a quem o país deve seu nome.

Enquanto isso, no fórum do Grupo de Puebla, os líderes de esquerda reunidos seguiam afirmando que o que está ocorrendo na Bolívia é um “golpe de Estado” e que “não há evidências de fraude nas eleições”. No vídeo enviado por Lula ao evento, o ex-presidente brasileiro disse que Evo Morales estava sendo vítima de “uma canalhice”.​

López-Obrador, presidente do México, apoiou a decisão de Morales, “foi uma decisão democrática e correta, apoiamos essa decisão.”

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