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Amazônia tem segundo pior agosto de queimadas dos últimos dez anos

A situação de 2020, contudo, deve ter sido ainda mais severa do que apontam os dados, considerando que, desde as primeiras semanas do mês, foram detectadas falhas de sensor no satélite que faz o monitoramento do fogo


Por Folhapress Publicado 01/09/2020
Foto: Divulgação/SEMA-MT

A Amazônia teve o segundo pior agosto em registro de queimadas da última década, atrás apenas do valor alcançado no ano passado. A situação de 2020, contudo, deve ter sido ainda mais severa do que apontam os dados, considerando que, desde as primeiras semanas do mês, foram detectadas falhas de sensor no satélite que faz o monitoramento do fogo.

Em agosto, houve registro de 29.307 focos de incêndios na Amazônia. No ano passado –o pior da década em termos de fogo no bioma e no qual a fumaça das queimadas influenciou até mesmo os céus de São Paulo–, foram 30.901 focos.

No entanto o sensor Modis, do satélite Aqua, da Nasa, está com problemas desde o dia 16 desse mês. Com isso, algumas áreas estão sem cobertura precisa dos focos de calor. Dessa forma, algumas regiões mais setentrionais do país, como Amapá, Roraima, Rondônia, Acre e o norte do Amazonas, estão com monitoramento defasado.

No próprio dia 16, por exemplo, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável pelo monitoramento, registrou somente 199 focos na Amazônia, o menor valor observado no mês. Como comparação, no dia anterior, 1.439 focos haviam sido registrados e, no ano passado, foram 1.100 no dia 16 de agosto.

A ONG Greenpeace observou dados de dois outros satélites que monitoram queimadas e não detectou redução de fogo no período ao redor do dia 16.

Mesmo com o elevado número de incêndios no mês, o general Hamilton Mourão, vice-presidente e chefe do Conselho da Amazônia, foi às redes sociais para comemorar a suposta queda de 5% dos focos de calor em relação a agosto do ano passado.

Incorretamente, o chefe do Conselho da Amazônia afirma: “Mais um mês com focos de calor reduzidos!”

Junho e julho, porém, tiveram aumento de 19,6% e 28%, respectivamente, no número de queimadas. Já maio, ainda fora do período seco do bioma, registrou uma tímida redução de 3%.

Em artigo recente sobre o tema, Mourão não chega nem mesmo a citar o desmatamento como causa das queimadas, associando-as a “balões de São João, fogueiras e queima de lixo”.

Chama a atenção que o elevado número de focos de queimadas ocorre mesmo com a presença do Exército na Amazônia, com a operação Verde Brasil 2. O emprego das Forças Armadas, através da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para combate a queimadas e desmatamento é a principal e uma das únicas ações práticas do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para coibir os crimes ambientais.

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