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Alemã é primeira mulher ‘presidente’ da União Europeia

A presidência da Comissão Europeia (equivalente ao Executivo da UE) ficará com Ursula von der Leyen, atual ministra da Defesa da Alemanha, de perfil moderadamente conservador


Por Folhapress Publicado 02/07/2019
Divulgação

Depois de três dias de reuniões em Bruxelas, os líderes da União Europeia definiram nesta terça-feira (2) a nova composição da governança do bloco.
O desenho tem acenos aos dois principais países do consórcio, Alemanha e França, aos partidos mais fortes no Parlamento Europeu (centro-direita e social-democracia) e a forças emergentes, como os liberais.
A presidência da Comissão Europeia (equivalente ao Executivo da UE) ficará com Ursula von der Leyen, atual ministra da Defesa da Alemanha, de perfil moderadamente conservador.
Os franceses conseguiram emplacar Christine Lagarde, diretora do FMI (Fundo Monetário Internacional), à frente do Banco Central Europeu.
Ambas serão as primeiras mulheres a ocupar seus cargos respectivos.
Para a chefia do Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado e/ou governo da UE (e, para muitos, constitui a única instância decisória real do bloco), foi designado o premiê belga, Charles Michel, de tendência liberal.
O grupo centrista do qual o primeiro-ministro faz parte é um dos que mais ganharam espaço na configuração do Parlamento Europeu que iniciou seus trabalhos nesta terça -muito pela inclusão, em suas fileiras, do partido República em Marcha, do presidente francês, Emmanuel Macron.
A bancada liberal terá 108 assentos (contra 68 na legislatura passada) e continuará sendo a terceira maior da Casa, mas a uma distância muito menor dos até aqui hegemônicos Partido Popular Europeu (PPE; 182) e social-democratas (153).
Já o atual chanceler espanhol, Josep Borrell, ficará a cargo da política externa do bloco. A indicação dele representa uma vitória para o primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez, que tem buscado aumentar o peso da Espanha na cena europeia, no vácuo criado pela iminente saída do Reino Unido.
As nomeações ainda precisam ser aprovadas pelos eurodeputados, possivelmente melindrados com o fato de nenhuma de suas proposições para o comando da Comissão ter sido endossada pelos líderes.
O alemão Manfred Weber, cabeça do PPE, foi desde o início rechaçado pela França, tanto por chauvinismo de Paris quanto por sua inexperiência em cargos executivos.
O nome alternativo, vindo da centro-esquerda (social-democracia), Frans Timmermans, havia sido bem recebido por Macron e pela chanceler alemã, Angela Merkel.
Mas a acolhida dos países do leste ao holandês não poderia ser mais gélida. Vice-presidente da Comissão, ele impulsionou processos disciplinares (por violação das normas da UE) contra governos de ultradireita como os de Polônia e Hungria.
A busca de paridade de gêneros e de equilíbrio entre regiões e forças políticas (para não falar dos duelos internos em grupos como o PPE) levaram a cúpula a se estender por três dias, algo raríssimo.
Era o terceiro encontro em pouco mais de um mês para tentar resolver o quebra-cabeça dos altos postos europeus -e os líderes insistiam em que era preciso definir o quarteto de dirigentes antes de o Parlamento eleger seu novo presidente, na quarta (3), para evitar mais tarde ter de compor com os humores dos deputados.

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