Presidente do Sindttrul presta depoimento à CPI do Transporte da Câmara de Limeira

Na tarde desta segunda-feira, 14 de outubro, os membros da CPI 1 do Transporte 1 da Câmara de Limeira ouviram o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Limeira (Sindttrul), Alex Aparecido de Oliveira, sobre a situação do transporte público de Limeira antes e durante a intervenção.

Os vereadores perguntaram sobre os motivos pelos quais os trabalhadores não aceitaram, em 2017, o contrato emergencial com a empresa de ônibus JTP, que assumiria o transporte em Limeira após o fim do contrato com a Viação Limeirense e sobre a opinião dos trabalhadores quanto à intervenção.

Segundo o depoente, em 2017 os trabalhadores rejeitaram o teor do decreto que instituiu a intervenção, porém, o secretário Jurídico, Daniel de Campos, redigiu a ata e garantiu o pagamento das verbas rescisórias. “O secretário não honrou os compromissos”. Em outro momento, declarou que o prefeito Mário Botion se distanciou da categoria e não atende às tentativas de diálogo. “As reuniões não fluíram. A promessa era fazer um calendário de pagamento, que não aconteceu. É mentira o que foi dito”, mencionou.

Alex também rebateu a declaração do secretário Jurídico em depoimento à CPI. “Ele disse que acaba a intervenção e entrega as chaves da empresa, mas não era isso que havia dito aos trabalhadores”. Segundo o depoente, foi prometido aos funcionários que, ao término da intervenção, a Prefeitura assumiria o pagamento das verbas rescisórias que a Viação Limeirense não conseguir pagar. O problema na Viação Rápido Sudeste também se arrasta há anos.

Alex ainda foi questionado sobre denúncias de corrupção na gestão anterior da entidade e declarou que exatamente por isso a diretoria foi destituída – a intervenção ocorreu quando o seu antecessor presidia o Sindttrul. Sobre a recusa dos motoristas e cobradores de trabalhar na JTP, argumentou que um dos impasses era o risco de abrir mão do emprego na Viação Limeirense e perder os direitos rescisórios. Questionado sobre a qualidade do transporte durante a intervenção, mencionou como principal problema da idade da frota.

Os vereadores questionaram ainda sobre qual o posicionamento do sindicato em relação ao novo contrato emergencial para que outra empresa assuma o transporte em Limeira. Alex disse que a entidade sindical ainda não foi chamada para o diálogo, mas que o desejo de todos os trabalhadores é de que a nova empresa assuma todo o passivo, ou seja, todos os trabalhadores da Viação Limeirense, e que seja registrada a demissão nas carteiras de trabalho dos funcionários.

Na próxima reunião da CPI será ouvido o secretário de Administração da Prefeitura Luiz Alberto Battistella. Ela acontece na quinta-feira, dia 17 de outubro, às 13 horas.

Fazem parte da CPI os vereadores Dr. Rafael Camargo (MDB), presidente; Zé da Mix (PSD), relator; Helder do Táxi (MDB), secretário; Constância Félix (PDT) e Dr. Marcelo Rossi (PSD), membros. A reunião foi acompanhada pelo vereador Jorge de Freitas (Patri) e pelo representante da Prefeitura, o advogado Paulo Roberto Barcellos da Silva Junior.

BASTIDORES

Um dos momentos tensos da CPI foi quando os vereadores José Roberto Bernardo, Helder do Táxi e Rafael Camargo não gostaram da generalização do presidente do Sindicato, que afirmou que não confia em político. O clima ficou quente e Alex se desculpou, disse que é motorista, “tem linguagem mais simples e não quis ofender os vereadores presentes”.

Marcelo Rossi citou que “não aceitava as desculpas”, que “jamais  se sentiria ofendido e compreendeu perfeitamente suas colocações”. Disse que o depoimento do representante dos trabalhadores foi contundente e transmitiu veracidade, ao contrário de outros, que provocaram ainda mais dúvidas.

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