Usamos cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Cubana que atuou em Limeira no Mais Médicos pede indenização por ‘trabalho escravo’

Ação, movida nos Estados Unidos, é contra a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde); para advogado ouvido pela Educadora, prefeitura pode responder de forma solidária


Por Danilo Janine Publicado 17/10/2019
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A médica cubana, Tatiana Caraballos (foto), de 50 anos, que atuou em Limeira no Programa Mais Médicos, entrou com uma ação indenizatória nos Estados Unidos – onde vive hoje – contra a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) e responsável pelas tratativas entre os governo cubano e brasileiro no programa. As informações foram divulgadas pelo portal BBC Brasil.

Arquivo Pessoal

Em Limeira, Tatiana trabalhou na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Boa Vista, entre 28 de abril de 2014 e 6 de fevereiro de 2017. Para o advogado Mário Peixoto Netto, ouvido pela Educadora, de acordo com o entendimento do juiz, tanto a Prefeitura de Limeira como o governo federal podem responder de forma solidária na ação. “Se o juiz entender que houve o trabalho escravo, os dois (Prefeitura de Limeira e governo federal) podem, sim, responder de forma solidária e também seriam condenados a indenizar a médica”, comenta.

À BBC Brasil, Tatiana disse que atendia entre 25 e 30 pacientes ao dia e tratava desde hipertensão a gonorreia e que após um tempo, descobriu que ganhava muito menos que os demais médicos de outras nacionalidades no mesmo programa. Enquanto ela recebia R$ 1.200, os colegas de outros países ficavam com R$ 11.000. O restante (90%) do salário de Tatiana e demais profissionais cubanos era repassado ao governo de Cuba. Os outros 10% dos rendimentos dos cubanos permaneciam com a Opas.

Em cinco anos, o Brasil depositou cerca de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 6 bilhões na cotação atual) na conta corrente da Opas no banco Citibank de Washington DC., e o órgão se encarregou de repassar os valores para o governo cubano.

[yotuwp type=”videos” id=”1nzTgj4m5tg” ]

✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.