Cubana que atuou em Limeira no Mais Médicos pede indenização por ‘trabalho escravo’
Ação, movida nos Estados Unidos, é contra a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde); para advogado ouvido pela Educadora, prefeitura pode responder de forma solidária
A médica cubana, Tatiana Caraballos (foto), de 50 anos, que atuou em Limeira no Programa Mais Médicos, entrou com uma ação indenizatória nos Estados Unidos – onde vive hoje – contra a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) e responsável pelas tratativas entre os governo cubano e brasileiro no programa. As informações foram divulgadas pelo portal BBC Brasil.
Em Limeira, Tatiana trabalhou na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Boa Vista, entre 28 de abril de 2014 e 6 de fevereiro de 2017. Para o advogado Mário Peixoto Netto, ouvido pela Educadora, de acordo com o entendimento do juiz, tanto a Prefeitura de Limeira como o governo federal podem responder de forma solidária na ação. “Se o juiz entender que houve o trabalho escravo, os dois (Prefeitura de Limeira e governo federal) podem, sim, responder de forma solidária e também seriam condenados a indenizar a médica”, comenta.
À BBC Brasil, Tatiana disse que atendia entre 25 e 30 pacientes ao dia e tratava desde hipertensão a gonorreia e que após um tempo, descobriu que ganhava muito menos que os demais médicos de outras nacionalidades no mesmo programa. Enquanto ela recebia R$ 1.200, os colegas de outros países ficavam com R$ 11.000. O restante (90%) do salário de Tatiana e demais profissionais cubanos era repassado ao governo de Cuba. Os outros 10% dos rendimentos dos cubanos permaneciam com a Opas.
Em cinco anos, o Brasil depositou cerca de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 6 bilhões na cotação atual) na conta corrente da Opas no banco Citibank de Washington DC., e o órgão se encarregou de repassar os valores para o governo cubano.
[yotuwp type=”videos” id=”1nzTgj4m5tg” ]
✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.