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Pandemia destruiu um recorde de 4,9 milhões de postos de trabalho até abril

O comércio foi o setor que mais sentiu a queda na população ocupada, com 1,2 milhão de postos de trabalho perdidos


Por Folhapress Publicado 28/05/2020
Foto: Agência Brasil

A pandemia do novo coronavírus contribuiu para que 4,9 milhões de posto de trabalho fossem perdidos no Brasil no trimestre encerrado em abril, um recorde na série histórica, informou nesta quinta-feira (28) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desse total, 3,7 milhões postos de trabalho informais foram perdidos.
A população ocupada teve uma queda recorde de 5,2% na comparação com o trimestre anterior. Hoje, a população ocupada reúne 89,2 milhões de brasileiros, contra 94,2 milhões em janeiro.
A taxa de desemprego subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril, primeiro mês completo com medidas de isolamento social impostas em todo o país como forma de conter o avanço da Covid-19. O desemprego foi menor que o esperado pelo mercado, que projetava taxa de 13,4%. No trimestre anterior, terminado em janeiro, o desemprego no Brasil havia fechado em 11,2%.
A primeira morte conhecida de Covid-19 no país ocorreu no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de conter o avanço da doença. Em abril, os efeitos econômicos foram sentidos com mais intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.
O comércio, que pela metodologia do IBGE inclui serviços, foi o setor que mais sentiu a queda na população ocupada, com 1,2 milhão de postos de trabalho perdidos. Em seguida, destacam-se o corte de 885 mil vagas na construção e de 727 mil postos no segmento de serviços domésticos. A dispensa de trabalhadores domésticos foi um recode desde o início da série histórica, em 2012.
Também ocorreu no período uma retração sem precedentes na massa de rendimento real do brasileiro, da ordem de 3,3%. De acordo com o IBGE, isso representa R$ 7,3 bilhões a menos.
Por outro lado, o rendimento médio real das pessoas ocupadas cresceu, alcançando o maior patamar da série histórica, R$ 2.425. Essa alta, no entanto, reflete um lado perverso da crise: permanem empregados os trabalhadores com salários mais altos. Em contrapartida, ocorreu o fechaemnto de um número maior de vagas que atende informais, o grupo que ganha menos.
“Os trabalhadores com salários maiores ficaram no mercado e, na atual situação, há um volume menor de trabalhadores informais. Sendo assim, o rendimento médio é calculado levando em consideração o ganho de quem permanece no mercado de trabalho”, disse Adriana Beringuy, analista da pesquisa do IBGE.
Com a pandemia em curso, o país viveu uma espécie de apagão estatístico de emprego. Os dados do Caged (sobre empregos com carteira assinada), divulgados mensalmente, só foram anunciados nesta quarta-feira (27). Os números oficiais sobre emprego com carteira assinada mostraram que houve o fechamento de 1,1 milhão de vagas formais entre março e abril.

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