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Suzane Von Richthofen tenta proibir publicação de livro, e Justiça nega

Suzane é considerada uma “presa celebridade”


Por Nani Camargo Publicado 05/11/2019

O Tribunal de Justiça de São Paulo indeferiu um pedido de liminar de Suzane Von Richthofen que buscava impedir a publicação de um livro baseado em sua vida. A defesa da detenta recorre da decisão.
De autoria do jornalista Ullisses Campbell, “Suzane – Crime e Punição” conta a história da detenta a partir do momento em que conheceu Daniel Cravinhos, ex-namorado e um dos responsáveis pela morte dos pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen. O lançamento do livro está previsto para o início de 2020, pela Editora Contexto.
A defesa de Suzane alega na ação que a detenta “repudia veementemente” o livro, que “já vem pagando pelo crime que cometeu” e que “tem o direito ao esquecimento” para que possa “continuar com a sua vida”. Cita também o “uso indevido de imagem” da cliente e um “fundado receio de dano irreparável” que pode ser causado com a publicação.
“Ela alega que o livro vai desabonar a sua honra. Mas o que desabona a honra é o crime, não o livro, que se limita a contar a história de um dos crimes de maior repercussão do país”, diz Campbell, que ouviu 136 pessoas em três anos para escrever.
Na decisão, de 9 de outubro, a juíza Larissa Gaspar Tunala, da Comarca de Angatuba (interior de São Paulo), cita entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal) de que biografias não autorizadas podem ser divulgadas a despeito da autorização do biografado, “sob pena de afronta à liberdade de expressão e configuração de censura”.
Campbell diz que está tranquilo em relação ao desfecho do caso. “Sugiro que ela espere o livro sair, o leia e, aí sim, decida que tipos de medida quer tomar, em vez de ficar se antecipando”, afirma.
Suzane foi condenada a 39 anos de prisão em 2002 por envolvimento na morte dos pais, assassinados a pauladas pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos enquanto dormiam. Na ocasião, ela tinha 19 anos. A detenta cumpre pena na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo.
O crime também chegará aos cinemas em 2020. Dois filmes que relembram o caso estão previstos para o primeiro semestre: “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”.

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