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Sobe para 7 o número de mortos na chuva do Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou que mais de cinco mil homens estão trabalhando nas buscas


Por Estadão Conteúdo Publicado 09/04/2019

Um temporal que atinge o Rio de Janeiro desde o início da noite desta segunda-feira, 8, provocou a morte de pelo menos sete pessoas, alagou ruas, derrubou árvores e destruiu carros em vários bairros.

O Corpo de Bombeiros confirmou no início da tarde desta terça-feira, 9, que há três corpos dentro de um carro e sob uma pedra que deslizou na noite de segunda-feira, na avenida Carlos Peixoto, uma ladeira que passa por trás do shopping Rio Sul. Os nomes das vítimas não foram confirmados.

Pelo menos duas pessoas estão desaparecidas desde a chuva de ontem. Trata-se de uma avó e uma neta que saíram na noite de segunda do shopping Rio Sul, na zona sul, por volta das 21h45. Lúcia Xavier Sarmento Leite e a neta Julia Neves Aché teriam pego um táxi na saúda do shopping, mas, desde então, não houve mais notícias das duas.

Equipes dos Bombeiros e da Defesa Civil seguem trabalhando na Carlos Peixoto para tentar resgatar os corpos. Com mais essas três mortes confirmadas, sobe para sete o número de mortos em razão da tempestade. Um homem está desaparecido no Morro da Babilônia e pode ter sido soterrado.

No início da tarde, foi confirmada a morte de Leandro Ramos Pereira, de 40 anos, que levou um choque enquanto limpava o ralo de sua casa. Guilherme N. Fontes, de 30 anos, morreu também na noite de segunda-feira, na Gávea, na zona sul. O corpo do homem foi achado debaixo de um carro. Ele teria caído de uma moto e sido arrastado pela água na Marques de São Vicente, uma das principais ruas do bairro.

Duas mulheres, as irmãs Doralice e Gerlaine do Nascimento, de 55 e 53 anos, morreram num deslizamento no Morro da Babilônia, no Leme. Elas eram vizinhas.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou que mais de cinco mil homens estão trabalhando nesta manhã para tentar minimizar os problemas causados pela forte chuva. “Decretamos feriado nas escolas e pedimos para que ninguém que não precise saia às ruas. As chuvas que caíram são anormais, nenhum de nós esperava um volume desses”, disse Crivella em entrevista coletiva no Centro de Operações do Rio.

Ele disse que o Centro funcionou durante toda a noite e que as equipes vão continuar trabalhando hoje para tentar evitar mais tragédias. Crivella afirmou ainda que as regiões mais afetadas foram a zona sul e a zona oeste, e que deslizamentos graves só foram observados no Morro da Babilônia, no Leme. Segundo ele, 785 pontos da cidade estão sem luz e algumas das principais vias da cidade foram fechadas por segurança, como a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá e o Auto da Boa Vista, que ligam a zona norte à zona oeste. “Foi uma coisa trágica ontem”, ressaltou ele.

A força da água causou o desabamento de mais um trecho da Ciclovia Tim Maia, que liga o Leblon, na zona sul, à Barra da Tijuca, na zona oeste. Desta vez, a parte que caiu fica próxima ao bairro de São Conrado. O desabamento ocorreu por volta das 22h, quando a via já estava fechada. Desde que foi inaugurada, em 2016, a estrutura já sofreu quatro desabamentos. O mais grave deles ocorreu logo após a inauguração, quando uma ressaca no mar derrubou uma parte da pista, matando duas pessoas.

A cidade entrou em estágio de atenção às 18h35 e às 20h55 passou para o estágio de crise – o mais grave de três níveis de risco, segundo a escala usada pela Prefeitura. Segundo a administração, em quatro horas choveu mais do que nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando a chuva causou a morte de seis pessoas. Até as 23h, a Defesa Civil havia acionado 39 sirenes em 20 comunidades. Bombeiros recorreram a botes para retirar alunos de uma escola na Gávea. A Prefeitura informou que em razão das chuvas estão canceladas as aulas da rede municipal nesta terça e pede que população se desloque somente em casos de extrema necessidade.

Nas primeiras horas do dia, o bairro mais afetado era o Jardim Botânico, na zona sul, onde em quatro horas choveu 155,4 milímetros, mais do que o esperado para todo o mês de abril (136 mm), segundo a Prefeitura do Rio. Dezenas de carros foram arrastados pela água e até o calçamento foi arrancado pela força da enxurrada.

O segundo bairro mais prejudicado era o Alto da Boa Vista, na zona norte, onde choveu 102,6 mm, sendo que a média para todo o mês é de 193,8 mm. Na zona norte, o Rio Maracanã transbordou. Na zona sul, Botafogo e Laranjeiras registraram dezenas de alagamentos.

O sistema de transporte BRT Rio informou em sua conta no Twitter que o trecho entre as estações de Santa Cruz até Pingo D’Água, do corredor Transoeste, está temporariamente interrompido em razão das fortes chuvas. O VLT Carioca também registra problemas em sua operação. A linha 2 (Praia Formosa-Praca XV) está fora de operação por causa de trechos alagados ao longo da via.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio disse que a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá e a Avenida Niemeyer estão interditadas nos dois sentidos de forma preventiva em razão das chuvas. A recomendação é que os motoristas sigam pela Linha Amarela. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta terça é de tempo nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas fortes. (Com Agência Brasil)

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