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‘Vida é feita de escolhas, e eu hoje decidi sair’, diz Teich, sem explicar o motivo

O agora ex-ministro da Saúde agradeceu a equipe de secretários nesta sexta-feira (15) e fez um aceno a representantes de estados e municípios


Por Folhapress Publicado 15/05/2020
O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, durante pronunciamento no Palácio do Planalto Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Após pedir demissão do cargo, o ministro da Saúde Nelson Teich não explicou o motivo de sua saída nesta sexta-feira (15) e disse que deu o melhor de si à frente do cargo.

“A vida é feita de escolhas, e hoje escolhi sair. Dei o melhor de mim nos dias em que estive aqui nesse período. Não é uma coisa simples estar à frente de um ministério como esse”, afirmou. Teich agradeceu a equipe de secretários e fez um aceno a representantes de estados e municípios, com quem teve embates no cargo.

“A missão da saúde é tripartite, e isso é uma coisa importante de deixar claro. O Ministério da Saúde vê isso como verdadeiro e essencial. É um momento em que o país inteiro luta pela saúde”, disse.

Teich citou ainda deixar um plano com diretrizes que indica diferentes níveis de isolamento social para serem adotados por estados e municípios. “Traçamos aqui um plano estratégico que foi iniciado e deve ser seguido. Temos o foco total na Covid, e temos todo um sistema que envolve a população e deve ser cuidado. Todo o sistema é pensado em paralelo. Nesse período, auxiliamos estados e municípios a passar por essas dificuldades”, afirmou.

Ele evitou comentar sobre atritos que levaram a sua saída do cargo e agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro, dizendo que “seria muito ruim” para sua carreira não ter tido a oportunidade de atuar no Ministério da Saúde. “Não aceitei o convite pelo cargo, mas porque achava que poderia ajudar o Brasil e as pessoas”
Teich pediu demissão na manhã desta sexta, após ouvir um ultimato do presidente a respeito da mudança do protocolo para a administração de cloroquina. Bolsonaro quer a mudança no protocolo para que o medicamento seja ministrado também para os casos leves da Covid-19.

Em teleconferência com empresários, na quinta (14), o presidente disse que o protocolo “pode e vai mudar”. Teich, por sua vez, vinha defendendo que uma eventual mudança na recomendação do ministério só ocorreria após a conclusão de estudos científicos.

“Cloroquina hoje ainda é uma incerteza. Houve estudos iniciais que sugeriram benefícios, mas existem estudos hoje que falam o contrário”, disse o ministro, em 29 de abril. Na última segunda (11), em mais um episódio deixou clara a falta de sintonia durante entrevista coletiva no Planalto, Teich foi surpreendido ao vivo com a notícia de que o presidente ampliara o número de atividades consideradas essenciais durante a pandemia, para incluir barbearias, salões de beleza e academias esportivas. O ex-ministro se mostrou surpreso e virou motivo de memes difundidos na internet.

Em outro ponto de discórdia, o ministro da Saúde afirmou recentemente que um lockdown –política mais rígida de isolamento social, que proíbe a livre locomoção das pessoas– poderia ser aplicado para os locais onde a situação da covid-19 se mostra mais grave. Já Bolsonaro defende a imediata retomada do comércio e demais atividades, para evitar maiores danos para a economia.

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