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Saiba quem são os quatro presos sob suspeita de hackear autoridades

Na decisão em que autorizou a prisão temporária dos suspeitos, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirma que há "fortes indícios" contra eles


Por Folhapress Publicado 24/07/2019
Moro e DJ preso pela Polícia Federal – Crédito: Reprodução

Os quatro presos pela Polícia Federal nesta terça (23) sob suspeita de um suposto ataque hacker contra autoridades, entre eles o ministro Sergio Moro (Justiça), têm entre 25 e 33 anos e são naturais de Araraquara (a 278 km de São Paulo), mas viviam em cidades diferentes.
Na decisão em que autorizou a prisão temporária dos suspeitos, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirma que há “fortes indícios” contra eles.
O magistrado diz que os sinais são de que eles “integram organização criminosa para a prática de crimes e se uniram para violar o sigilo telefônico de diversas autoridades brasileiras via invasão do aplicativo Telegram”.
Os presos, de forma temporária, se chamam Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira, Danilo Cristiano Marques e Walter Delgatti Neto. O juiz determinou a quebra do sigilo bancário deles no período de 1º de janeiro a 17 de julho deste ano e o bloqueio acima de R$ 1.000 em suas contas.
A Folha de S.Paulo fez uma pesquisa de imóveis e terrenos dos quatro em cartórios do estado de São Paulo, mas não foram localizados registros em seus CPFs.

Saiba quem são eles:

Gustavo Henrique Elias Santos, 28
Preso na zona sul da capital, Gustavo era conhecido como DJ Guto Dubra em Araraquara.
Ele organizava a festa Harlem Shake (um tipo de música eletrônica que foi fenômeno em 2013) em cidades no interior de São Paulo.
No discurso e nos créditos de um dos vídeos de um do seu perfil do YouTube, menciona apoio do ex-vereador Ronaldo Napeloso, investigado pela Polícia Federal e condenado por lavagem de dinheiro e fraude processual em 2017.
Um DJ que era seu amigo e preferiu não se identificar, disse que a prisão de Gustavo foi um choque para as pessoas que o conheciam e o viam tocar em festas da cidade.
“Ele tocava em todas as baladas da cidade. A notícia da prisão foi um choque para todo mundo”, afirmou à reportagem um DJ amigo de Gustavo, que preferiu não se identificar. Gustavo já foi preso por ter receptado uma caminhonete Hilux em 2013.
Julgado em 2015, foi condenado a cumprir seis anos e seis meses em regime semiaberto. O advogado Ariovaldo Moreira, que também o defende no caso do ataque hacker, recorreu e pediu redução da pena. Assim, Gustavo passou ao regime aberto.
Gustavo movimentou R$ 424 mil entre 18 de abril de 2018 e 29 de junho de 2018, tendo uma renda mensal de R$ 2.866.

Suelen Priscila de Oliveira, 25
Era mulher de Gustavo Elias Santos e também foi presa em São Paulo, no mesmo endereço dele, na zona sul.
Suelen movimentou, segundo documento judicial, R$ 203 mil de 7 de março a 29 de maio de 2019, sendo que sua renda mensal registrada seria de R$ 2.192.

Walter Delgatti Neto, 30
Conhecido como “Vermelho”. Preso em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), se apresentava como uma “pessoa influente” de Araraquara. Dizia ser investidor e afirmou, pelo menos uma vez, ter conta bancária na Suíça.
Também fingia ser aluno de medicina da USP, o que não era verdade.
Delgatti foi alvo de um mandado de busca e apreensão em sua casa, também em 2015, depois que uma garota de 17 anos, então namorada de seu irmão, o acusou de tê-la dopado e estuprado -ela depois refez seu primeiro depoimento.
Em sua página no Twitter, fazia críticas ao presidente Jair Bolsonaro e a Sergio Moro. Chegou a responder ao coordenador da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol, sobre como identificar se o conteúdo vazado do seu celular era verídico. Compartilhava páginas de sites ligados à esquerda, mas era filiado ao DEM desde 2007.

Danilo Cristiano Marques, 33
Preso em Araraquara, tinha uma microempresa que fazia “comércio varejista especializado de equipamentos de telefonia e comunicação”. O nome fantasia era “Pousada e Comércio Chatuba”.

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