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Mesmo desgastado, Moro pode se tornar a noiva do pleito de 2022, diz professor

"Moro também pode ser um bom nome para compor como vice a chapa de Doria", avalia.


Por Estadão Conteúdo Publicado 23/08/2019
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alvo de sistemático desgaste por parte do presidente Jair Bolsonaro, que dia sim e outro também faz questão de colocar sua autoridade em xeque, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, corre o risco de se tornar uma figura decorativa na Esplanada dos Ministérios, distante da espécie de fiador moral que motivou o convite para deixar a magistratura e integrar o primeiro escalão do governo. Mesmo com todo os reveses, incluindo o vazamento de diálogos com membros da força-tarefa da Lava Jato, pelo The Intercept Brasil, que questionam a sua imparcialidade, Moro continua um nome forte no tabuleiro das eleições gerais de 2022 e pode, como se diz no jargão político, se tornar “a noiva” mais disputada da próxima corrida presidencial. A avaliação é do cientista político, professor e pesquisador da FGV Marco Antonio Carvalho Teixeira.

Em entrevista ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Marco Antonio Teixeira avalia que é arriscada a estratégia do presidente Jair Bolsonaro de desgastar o seu titular da Justiça, a fim de concentrar todo o poder em sua própria figura. “Enfraquecer o Moro pode também causar danos à imagem de um governo que assumiu com a bandeira de combater a corrupção, pois o ministro da Justiça continua sendo uma figura mais popular que a do próprio presidente da República.” Se é arriscada para o mandatário do País, a estratégia, na avaliação do professor, parece ainda não ter afetado o cacife político do ex-juiz condutor da Lava Jato em Curitiba. Tanto, que ele já está na mira de virtuais candidatos à sucessão presidencial de 2022, como o governador de São Paulo, o tucano João Doria. “Moro pode ser um bom nome para compor como vice a chapa de Doria”, avalia.

O cientista político não acredita que Moro ainda consiga ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), como chegou a ser aventado pelo próprio Bolsonaro. Por isso, restará ao ex-juiz seguir o caminho da política, a fim de se manter no cenário nacional. Indagado se ele poderia disputar uma cadeira no Congresso Nacional, Marco Antonio Teixeira diz que só se for na disputa ao Senado Federal. “Na Câmara, ele seria apenas mais um nome dentre os 513 deputados.” Mas, a sua aposta é que o titular da Justiça participe de alguma composição, como vice em uma chapa majoritária na disputa ao Palácio do Planalto ou até mesmo ao governo de Curitiba. E a julgar pela resiliência e postura demonstradas pelo ex-juiz na condução da Lava Jato, o professor da FGV avalia que ele não deverá deixar tão facilmente o atual posto na Esplanada dos Ministérios.

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