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Lava Jato 66 investiga lavagem de R$ 110 milhões em propinas na Petrobras

Operação Lava Jato voltou às ruas nesta sexta-feira, 27, em sua fase 66 - batizada Alerta Mínimo - para apurar a ação de doleiros e de funcionários de três agências do Banco do Brasil


Por Estadão Conteúdo Publicado 27/09/2019
Foto: Divulgação/ Banco do Brasil
Acuada pelo julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode aniquilar pelo menos 32 sentenças e beneficiar 143 condenados, a Operação Lava Jato voltou às ruas nesta sexta-feira, 27, em sua fase 66 – batizada Alerta Mínimo – para apurar a ação de doleiros e de funcionários de três agências do Banco do Brasil em São Paulo em crimes de lavagem de dinheiro. Segundo a PF, os investigados teriam atuado para empresas que tinham contratos com a Petrobras e precisavam de dinheiro em espécie para pagar propinas a agentes públicos.

A ação tem participação do Ministério Público Federal e da Receita Federal. Segundo a Procuradoria, a ação investiga a atuação de três gerentes e de um ex-gerente do BB que teriam facilitado “centenas de operações de lavagem de dinheiro entre os anos de 2011 e 2014”.

O grupo teria movimentado R$ 200 milhões. Parte do valor teria sido convertida para pagamento de propinas, diz o MPF. De acordo com a Polícia Federal, um doleiro investigado teria produzido pelo menos R$ 110 milhões, em espécie, para viabilizar as vantagens indevidas.

Os agentes cumprem oito mandados de busca e apreensão em São Paulo (7) e em Natal (1). As ordens foram expedidas pela juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Segundo a Polícia Federal, a produção de dinheiro envolvia trocas de cheques obtidos junto ao comércio da grande São Paulo e a abertura de contas sem documentação necessária ou com falsificação de assinaturas em nome de empresas de fachada do ramo imobiliário.

A suspeita da PF é a de que gerentes de agências bancárias do BB davam suporte às operações de desconto de cheques e elaboravam justificativas internas para evitar fiscalizações e ações de compliance da instituição financeira. “Em troca, os funcionários recebiam comissões dos operadores e conseguiam vender produtos da agência para atingir metas”, indicou a corporação.

O Ministério Público Federal assinalou que há evidências de que tais gerentes atuaram para encerrar indevidamente registros do sistema de detecção de lavagem de dinheiro do Banco, com a inserção de justificativas falsas – o que teria impedido e dificultado a comunicação de operações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras.

A Procuradoria apontou ainda que depois que o esquema foi identificado no âmbito da Lava Jato, o Banco do Brasil realizou apurações sigilosas. As investigações internas acabaram enviando à PF e ao MPF outras provas da atuação dos funcionários na facilitação das operações de lavagem de capitais.

De acordo com a PF, o nome da operação, “Alerta Mínimo”, faz referência “ao fato de que os alertas de operações atípicas do sistema interno do banco passaram a ser encerrados”.

Defesa
A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do Banco do Brasil por e-mail, mas não havia recebido resposta até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

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