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Após cólera e guerra, pandemia leva imagem do Senhor do Bonfim às ruas pela 4º vez

É a quarta vez em 275 anos que a imagem deixa a Basílica do Bonfim, na Colina Sagrada, para circular pelas da capital baiana


Por Folhapress Publicado 03/04/2020
Foto: Santuário Senhor do Bonfim

Se Roma tem o seu crucifixo milagroso que teria salvado a cidade da peste negra em 1522 e que voltou às ruas este ano durante a pandemia do novo coronavírus, a Roma Negra – como é conhecida a cidade de Salvador – não fica atrás. A imagem peregrina do Nosso Senhor do Bonfim percorreu as ruas da capital baiana em um carro do Corpo de Bombeiros nesta sexta-feira (2). É a quarta vez em 275 anos que a imagem deixa a Basílica do Bonfim, na Colina Sagrada, para circular pelas da capital baiana.

A saída da imagem da igreja aconteceu sempre aconteceu em períodos de gravidade. A primeira vez foi em 1842, quando uma seca atingiu a cidade Salvador. A segunda aconteceu em 1855, em meio a uma epidemia do cólera. A terceira foi 1942, com pedidos pelo fim da 2ª Guerra Mundial.

Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, destacou a relação de devoção dos baianos com o Senhor do Bonfim. “Peregrinos costumavam subir a Colina Sagrada para contemplar o Senhor Bom Jesus do Bonfim. Agora, impedidos de sair de casa, é o Senhor Bom Jesus do Bonfim que percorre as ruas de Salvador, convidando-se a entrar na casa de cada peregrino e, particularmente, em cada coração”, afirmou.

A imagem deixou a Basílica na manhã desta sexta após uma bênção conduzida pelo padre Edson Menezes, reitor da Basílica do Bonfim. Ele fez o ato litúrgico vestindo uma máscara cirúrgica no rosto. A imagem peregrina circulou diversos bairros da cidade e foi saudado com lenços e panos brancos nas janelas das casas. A arquidiocese orientou aos fiéis que não saíssem às ruas para acompanhar a passagem da imagem do Senhor do Bonfim, nem acompanhassem o cortejo em seus carros.

“Suplicamos pela contenção da pandemia do coronavírus, pela recuperação pela na saúde do que foram atingidos pelos vírus, pelos seus familiares, por todos os idosos, pelos desabrigados e por todos nós que estamos vivendo a experiência de isolamento social”, afirmou o padre Edson.

A imagem peregrina do Nosso Senhor do Bonfim veio de Setúbal, em Portugal e atravessou o oceano Atlântico em 1745 para cumprir uma promessa do capitão de mar e guerra Theodósio Rodrigues de Farias. As homenagens ao Senhor do Bonfim começaram em 1754, quando a imagem peregrina foi transferida da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a Igreja do Bonfim, construída na Colina Sagrada.

A tradição do cortejo começou em 1773, iniciada por romeiros e escravos que, a mando dos senhores integrantes da Irmandade do Senhor do Bonfim, limpavam e enfeitavam a igreja para a missa. O cortejo de 6,5 km até a Colina Sagrada se repete há 247 anos, sempre na segunda quinta-feira após a festa do Terno de Reis.

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