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Após 36 dias distante, médico se fantasia de dinossauro para ver filho

Além da surpresa, a fantasia foi para não colocar o filho em risco


Por Redação Educadora Publicado 29/04/2020 Atualizado 05/05/2020

Atuando na linha de frente no combate ao coronavírus, o médico Juan Lambert, de São Sebastião, litoral de São Paulo, encontrou uma maneira bem inusitada de rever o filho Lucca de 4 anos. Ele se fantasiou de dinossauro para que pudesse encontrar e abraçar o menino, sem colocar a criança em risco. Os dois não se viam há 36 dias.

O encontro aconteceu no sábado, na casa do sogro de Lambert, em Caraguatatuba, onde o filho e a esposa do médico estão ficando durante o período de isolamento social.

“O Lucca gosta muito de dinossauros e quando vi a fantasia na internet surgiu a ideia de fazer uma surpresa para ele no meu dia de folga do hospital. Foi muito bom vê-lo e poder passar um tempo com ele. Poder apertá-lo e abraçá-lo, a saudade era enorme”, conta o médico.

Família distante

Devido ao risco de contágio, o médico que trabalha na linha de frente do combate a covid-19, no Hospital de Clínicas de São Sebastião, está afastado da família desde o dia 17 de março. Durante o período, a esposa Maryane Monter, que está grávida de 5 meses, e o filho Lucca estão morando na residência dos pais dela e o médico está sozinho em casa.

“Está sendo muito difícil esse período longe, a saudade vai apertando. Mas o pior é não saber quando tudo isso vai passar e quando eles poderão voltar para casa”, lembra Lambert.

Além da fantasia, que segundo o médico foi esterilizada antes do encontro, o profissional também usava máscara de proteção.

O encontro do médico com o filho foi registrado em vídeo pela esposa do profissional. No início, sem perceber que se tratava do pai a criança ficou com medo do dinossauro, mas logo percebeu que era o pai fantasiado e a alegria tomou conta do garoto. O encontro da família durou cerca de uma hora.

“Quando ele viu meu rosto ele veio correndo me abraçar. Pudemos brincar, correr e passear na rua. Apesar de ter sido um encontro rápido aproveitamos ao máximo. Foi o ânimo que eu precisava para seguir trabalhando nessa luta contra o covid-19”, acrescenta o profissional, que tem passado cerca de 12 horas no hospital.

Apesar do pouco tempo que teve junto ao pai, Lucca garante que valeu a pena. E fala com orgulho da profissão do pai e do porque foi necessário que eles ficassem longe nesse momento.

“O papai tava muito cansado, se vestiu de dinossauro e eu abracei ele. Meu pai está no hospital matando o coronavírus. Eu tenho muita saudade dele”, diz o pequeno Luccas.

Além do distanciamento do filho, o médico também está sem contato físico com a esposa, grávida de cinco meses. Até que o isolamento social termine e o risco de contagio diminua, o médico só acompanha os ultrassons da esposa por vídeo chamadas. A filha do casal, Liz, deve nascer em setembro.

“É complicado, porque sempre fui muito presente. Na gestação do meu primeiro filho fui a todos os ultrassons e dessa vez consegui ir apenas no primeiro, que nem dava para ver nada ainda. Agora só consigo ver por vídeo e é horrível não poder estar presente”, lamenta.

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