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Times paulistas investem pouco dinheiro para reforçar seus elencos para 2020

Em janelas anteriores, o volume chegou a ser até três ou quatro vezes maior


Por Estadão Conteúdo Publicado 10/01/2020
Taça do Campeonato Brasileiro Assaí 2019 Série A Créditos: Lucas Figueiredo/CBF
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A janela de transferências dos clubes brasileiros completou um mês na quinta-feira (9) e o número de contratações feitas pelos quatro grandes do futebol paulista é bem pequeno. Do dia seguinte ao fim do Campeonato Brasileiro até agora foram somente cinco novos jogadores, o menor número dos últimos cinco anos. Considerando-se os anúncios oficiais de reforços, o Corinthians acertou com Luan, Sidcley e Cantillo e o Santos com Raniel e Madson. Palmeiras e São Paulo não contrataram ninguém.

Em janelas anteriores, o volume chegou a ser até três ou quatro vezes maior. No ano passado, por exemplo, os clubes haviam feito 16 contratações neste primeiro mês sem calendário de jogos. Somente o Palmeiras tinha contratado cinco jogadores: Carlos Eduardo, Matheus Fernandes, Zé Rafael, Arthur Cabral e Felipe Pires. Somadas as aquisições, o time alviverde gastou R$ 58 milhões.

O dinheiro investido, no entanto, não trouxe o retorno esperado e por isso neste ano a diretoria palmeirense colocou o pé no freio. O responsável pelas contratações até o ano passado, Alexandre Matos, foi demitido. Anderson Barros chegou para substituí-lo com a missão de fazer aquisições pontuais. A intenção da diretoria é ainda cortar 14% dos gastos referentes ao futebol. O clube já liberou vários jogadores e está em negociações abertas para a saída de outros, como Deyverson.

Após ser ousado na última janela, o São Paulo mudou de estratégia. No ano passado, o tricolor havia gastado R$ 42 milhões com as contratações de Pablo, Hernanes, Léo, Pato, Biro Biro, Willian Farias e Igor Vinícius. Em 2020, Fernando Diniz comemorou o fato de não ter perdido jogadores.

MUDANÇA

O empresário Eduardo Uram acredita que a redução no número de contratações dos principais clubes de São Paulo está ligada a uma conjunção de fatores. “Há uma maior responsabilidade fiscal dos clubes. Há uma responsabilidade orçamentária, equivalente ao fair play financeiro da Europa, que é imposto pela Uefa. Aqui, por enquanto, está sendo estabelecido por órgãos internos dos clubes e isso é positivo”, disse.

O dado negativo é a dificuldade de os clubes encontrarem atletas que cheguem para resolver. “Existe também uma baixa disponibilidade de jogadores que agreguem valor aos clubes e isso complica”, opinou Uram.

A alta das moedas estrangeiras também contribui para os clubes investirem menos. O Corinthians, que mais contratou entre os paulistas, desistiu do atacante Michael, do Goiás. Depois de oferecer 5 milhões de euros (R$ 22,6 milhões), em nota oficial a diretoria informou que chegou ao limite e que “não fará nenhuma extravagância financeira que possa prejudicar a administração do clube”.

Neste ano, o Corinthians tenta cortar em R$ 60 milhões a folha salarial. Para começar, está tentando negociar Ralf e Jadson. O técnico Tiago Nunes já disse que não vai contar com a dupla.

As contratações do Corinthians até agora só vieram por causa de uma nova parceria com o já patrocinador master, o BMG. Além de pagar para expor a marca na camisa, o banco está fazendo empréstimos ao clube. Somente o atacante Luan custou R$ 20 milhões.

No Santos, as duas contratações feitas até agora foram viabilizadas por trocas. Raniel veio como parte do negócio com Vitor Bueno, do São Paulo. O lateral Victor Ferraz foi para o Grêmio e o time recebeu Madson.

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