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Santos anuncia retorno de Cuca para comandar time no Brasileiro

Contrato dele irá até o final do Campeonato Brasileiro, em fevereiro de 2021, período em que o time também disputará a Copa Libertadores


Por Folhapress Publicado 07/08/2020
Foto: Ivan Sorti/Santos FC

O Santos oficializou nesta sexta-feira (7) o retorno do técnico Cuca, de 57 anos. O acordo foi sacramentado no início da tarde desta sexta-feira (7), após reunião entre o treinador, o presidente José Carlos Peres e membros do comitê gestor do clube.

O contrato dele irá até o final do Campeonato Brasileiro, em fevereiro de 2021, período em que o time também disputará a Copa Libertadores.

As partes já tinham conversas alinhadas desde o início da semana. Mesmo antes da demissão do antecessor, o português Jesualdo Ferreira, Santos e treinador conversavam sobre um possível retorno.

Pesou para o desfecho a pedida financeira avaliada como viável pela cúpula santista (cerca de R$ 600 mil mensais) em meio à crise que o clube enfrenta nesta temporada e que foi agravada na pandemia. Cuca levará dois integrantes para a comissão técnica: o irmão e auxiliar Avlamir Dirceo Stival, o Cuquinha, e um preparador físico.

Com a volta do treinador, o ex-meia Renato, que estava no time B do Santos, assume como diretor técnico no lugar de William Thomas. O executivo havia pedido demissão por causa da saída de Jesualdo.

O cenário agora é bem diferente do traçado para o português no início da temporada. Ele chegou ao clube com pompa, para ser o substituto do argentino Jorge Sampaoli após o vice-campeonato brasileiro em 2019, e com vencimentos superiores a R$ 1 milhão mensais, acompanhado de cinco nomes em sua comissão.

Cuca vai estrear já na partida contra o Red Bull Bragantino, domingo (10), às 16h, na Vila Belmiro, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

Essa será a terceira passagem do treinador pela Vila Belmiro. A última ocorreu na própria gestão de Peres, de julho a dezembro de 2018. Na ocasião, o treinador surpreendeu ao comunicar um afastamento repentino, mesmo com contrato até 2019, por motivos de saúde. Ele foi submetido a uma cirurgia para corrigir um problema no coração. No ano seguinte, comandou o São Paulo.

O trabalho de 2018 no Santos foi encerrado com 25 jogos: nove vitórias, nove empates e sete derrotas, um aproveitamento de 48%. Antes disso, ele teve passagem frustrada, em 2008, interrompida com apenas 14 jogos e três meses incompletos.

O clube passa por turbulências nos bastidores. Ao todo, são cinco meses de atrasos no pagamento dos direitos de imagem dos jogadores, além da redução salarial promovida pelo clube em meio à pandemia -realizada sem acordo assinado com o elenco e a antiga comissão técnica.

Na segunda (3), os atletas pediram uma reunião emergencial com o presidente José Carlos Peres para cobrar explicações sobre a verba que o Santos prometeu desembolsar para a permanência de Yuri Alberto, de cerca de R$ 10 milhões.

No dia seguinte, pelas redes sociais, o clube anunciou ter desistido do plano de manter a jovem promessa e desejou sorte para a sequência de sua carreira no Internacional.

A própria saída de Jesualdo gerou incômodo pela forma como foi conduzida. Ela ocorreu minutos antes do treino e causou surpresa nos atletas, que já aguardavam em campo pelo início da atividade quando foram avisados que o trabalho seria comandado por Pablo Fernandez, técnico do sub-20.

Em 2018, Cuca também assumiu o clube em cenário tumultuado. A equipe não vencia há oito jogos e estava na zona de rebaixamento. “Podem ter uma certeza: o Santos não cai”, disse ao jornal Folha de S.Paulo, em entrevista em 8 de agosto daquele ano, pouco após a sua chegada. O clube terminou na décima colocação, com 50 pontos.

O treinador e Peres trocaram várias farpas publicamente no período. Logo após a eliminação do clube para o Independiente (ARG), pelas oitavas de final da Libertadores, o técnico disparou contra o erro da diretoria na escalação irregular do uruguaio Carlos Sánchez, que custou uma desvantagem de 3 a 0 no jogo de ida, mesmo com o empate em 0 a 0 registrado em campo.

O técnico também reprovou um palpite do presidente com relação ao aproveitamento do costarriquenho Bryan Ruiz. Na ocasião, Peres citou que o meio-campista jogava fora de posição. O atleta deixou o clube em julho deste ano, após duas temporadas no time e apenas 14 jogos feitos.

Em sua apresentação, Cuca disse estar ciente dos problemas. “Hoje é uma situação diferente daquela que cheguei [em 2018]. Hoje, eu chego sabendo dos problemas do Santos. Eu sei das coisas que podem e devem acontecer ao longo do ano. Eu faço parte dessa engrenagem. Podemos ter de vender um ou outro jogador, mas não podemos perder a força. Temos de criar alternativas, descobrir jogadores. Não só aqui no profissional, mas lá na base, também, ir ver jogos”, disse ele.

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