Usamos cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Andarilho das Américas, técnico do Guaraní deu autógrafo a Simeone

Na quarta-feira (12), às 21h30, em Itaquera, ele e sua equipe nem precisarão de um milagre para derrubar o Corinthians e seguir na Copa Libertadores


Por Folhapress Publicado 11/02/2020
Divulgação/Guarani

Gustavo Costas, 56, não consegue separar o futebol de sua fé. Religiosamente, antes de cada partida do Guaraní (PAR), o técnico argentino prende sua medalhinha do Senhor dos Milagres bem ao lado do escudo do clube, em um ritual que já se repete há mais de 15 anos na carreira.

Na quarta-feira (12), às 21h30, em Itaquera, ele e sua equipe nem precisarão de um milagre para derrubar o Corinthians e seguir na Copa Libertadores.

Com a vitória por 1 a 0 em casa na partida de ida, o time paraguaio precisa apenas de um empate para se classificar à terceira fase do torneio. Nos três confrontos que já fizeram na história, todos pela competição, o Guaraní venceu todos e nunca sofreu um gol sequer.

Ex-zagueiro, Costas iniciou em 1999 a carreira de técnico no clube de seus amores, o Racing (ARG), pelo qual atuou em 337 partidas. Até hoje, ele é o atleta que mais vezes defendeu a equipe de Avellaneda.

De 2001 a 2003, assumiu pela primeira vez o Guaraní. Mas foi no Alianza Lima, do Peru, que o argentino iniciou sua relação com o Senhor dos Milagres, cuja imagem se encontra no altar maior do Santuário das Nazarenas, em Lima, e a quem são atribuídos diversos atos divinos que salvaram a cidade de terremotos e outras catástrofes.

“A torcida do clube [Alianza Lima] é muito devota. Há um dia em que todos os trabalhadores do clube participam da procissão por toda a cidade. Como homenagem, o clube muda durante o mês de outubro sua camiseta azul e branca pelo roxo, que é a cor do Senhor dos Milagres”, contou Costas, em entrevista à revista argentina El Gráfico, em 2015.

A passagem pelo futebol peruano marcou o pontapé inicial de uma peregrinação vitoriosa pela América do Sul, com títulos em quatro países do continente. Pelo Alianza Lima, conquistou duas ligas do Peru (2003 e 2004).

No Paraguai, em 2005, sagrou-se campeão nacional com o Cerro Porteño. O argentino também levantou uma taça no Equador, com o Barcelona de Guayaquil, em 2012, e na Colômbia, onde venceu dois Campeonatos Colombianos e uma Copa Suruga no comando do Independiente Santa Fe.

O único país da América do Sul no qual ele trabalhou e nunca foi campeão é justamente a Argentina, onde só comandou o Racing e, segundo o próprio treinador, em períodos difíceis do clube -que chegou a falir em 1999. “As duas vezes que dirigi na Argentina foram no Racing [1999-2000 e 2007] e sem nenhum projeto: fui como bombeiro para apagar incêndios. Nunca comandei um Racing ordenado.”

México e Arábia Saudita foram outros locais nos quais o treinador comandou equipes. Neste último, inclusive, precisou interromper o ritual religioso de beijar sua medalhinha antes dos jogos. “Não podia fazer isso nem o sinal da cruz. Os príncipes sabiam dos meus rituais e me deixaram claro: eu podia fazê-los no vestiário, mas não em público. Levava a medalha no bolso, mas não a exibia e nem a beijava”, contou.

Entre as suas referências como técnico estão Alfio Basile, ex-treinador da seleção e que o comandou na época de jogador, e os contemporâneos Pep Guardiola e Diego Simeone.

Segundo o argentino, a forma como o comandante do Atlético de Madrid (ESP) vive o futebol lhe encanta. Os dois, inclusive, se assemelham no comportamento enérgico à beira do campo, gesticulando e orientando constantemente seus atletas.

Essa admiração por Simeone também tem algo de vaidade por parte de Gustavo Costas e remete a um episódio do início de carreira do “Cholo”, que é torcedor declarado do Racing, onde se aposentou como jogador antes de começar sua trajetória no comando técnico.

“Sabe que um dia, quando ele começava [no futebol], nos encontramos em um restaurante e ele veio me pedir um autógrafo. Já tinha estreado no profissional do Vélez Sarsfield, eu o conhecia, e ele veio mesmo assim”, disse Costas, orgulhoso.

Na quarta, o homem que já foi ídolo de Simeone estará com a sua medalhinha em Itaquera, pedindo proteção à sua equipe, que busca a classificação à próxima fase da Libertadores. As orações de outras 40 mil pessoas estarão na direção contrária.

✅ Curtiu e quer receber mais notícias no seu celular? Clique aqui e siga o Canal eLimeira Notícias no WhatsApp.