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Senna conquistou 1º título em corrida histórica; Globo mostra domingo

É a primeira retransmissão de F-1 da emissora, que desde o mês passado, por conta da paralisação das atividades esportivas durante a pandemia da Covid-19, tem reprisado jogos decisivos da seleção brasileira de futebol nas tardes de domingo


Por Folhapress Publicado 01/05/2020
Foto: Divulgação

A imagem de piloto talentoso e resiliente de Ayrton Senna começou a se consolidar na F-1 durante o GP de Suzuka de 1988, que será reprisado na íntegra pela Globo no domingo (3), às 10h.

É a primeira retransmissão de F-1 da emissora, que desde o mês passado, por conta da paralisação das atividades esportivas durante a pandemia da Covid-19, tem reprisado jogos decisivos da seleção brasileira de futebol nas tardes de domingo.

A corrida irá ao ar com a narração original de Galvão Bueno e os comentários de Reginaldo Leme, que deixou a Globo no fim do ano passado após 41 anos. A atração terá depoimentos de Felipe Massa e de Bruno Senna, sobrinho de Ayrton e ex-piloto da F-1. Viviane, irmã do tricampeão, participará ao vivo.

A data da reprise coincide com outro marco temporal sempre lembrado quando se fala no piloto brasileiro, que morreu há exatos 26 anos, no dia 1º de maio de 1994, após acidente no GP de San Marino.

A corrida de 1988 está entre as mais marcantes da história da F-1. Naquele 30 de outubro, Senna estava pressionado pelo seu rival e companheiro de McLaren, o francês Alain Prost.

O brasileiro precisava da vitória no Japão, a penúltima prova da temporada, para garantir o seu primeiro título, porém havia fracassado nas duas etapas anteriores. Em Portugal, Senna terminara em sexto, e na Espanha, em quarto, enquanto Prost vencera ambas.

Antes de Suzuka, a McLaren só não havia vencido o GP de Monza. Senna chegou à Ásia com sete vitórias no ano, e Prost, com seis. No treino classificatório, o brasileiro garantiu sua 12ª pole em 1988, recorde até então em uma mesma temporada. Prost, bicampeão de F-1 àquela altura, ficou a apenas três décimos do colega.

A prova, porém, quase virou pesadelo logo no início. Mas a forma como Senna reagiu dentro da pista para garantir o triunfo, e consequentemente o título, contribuiu para a construção da aura que se formou ao redor de sua figura.

Assim que as luzes verdes se acenderam, a McLaren de Senna não saiu do lugar. O piloto levantou os braços esperando que ninguém o tocasse. Para sua sorte, o carro saiu intacto e pegou no tranco. O problema, no entanto, acarretou em um grande atraso para ele, que perdeu 16 posições. Ainda, Prost assumiu a ponta, o que lhe rendia o título da temporada.

“Eu disse a mim mesmo que tudo havia acabado, mas comecei a encontrar o meu ritmo novamente e acelerei cada vez mais rápido”, afirmou o piloto ao final da corrida.

A reação brasileira aconteceu já na primeira volta. Senna cruzou a linha em oitavo. Na décima volta, ultrapassou a Ferrari de Gerhard Berger e assumiu o terceiro lugar.

Entre Senna e Prost estava o italiano Ivan Capelli, da March, que ainda utilizava carro com propulsor aspirado, conhecido como motor Judd. Capelli surpreendeu Alain Prost e, na 16ª volta, assumiu a liderança em Suzuka.

Feito que durou somente alguns metros. O March de Capelli não resistiu ao poderoso motor Honda da McLaren e o francês retomou a ponta. Capelli deixaria a corrida na 19ª volta.

Sem o italiano pela frente, Senna passou a ser a imagem no retrovisor de Prost. Imagem cada vez mais nítida. Na 28ª volta, atacou o rival antes da reta dos boxes. O francês ainda espremeu o brasileiro no muro, mas tarde demais para conter o bote e sua 15ª ultrapassagem naquele dia.

Ayrton Senna manteve o ritmo forte até a 51ª e última volta do GP do Japão. A perseguição de Prost não foi suficiente, terminando 13 segundos atrás do companheiro de equipe.

“É a confirmação de um talento. Da garra, da vontade, da determinação de um piloto. Ayrton Senna ergue o punho, vibra, é a vitória! Ayrton Senna, do Brasil!”, narrou dessa forma Galvão Bueno, na transmissão da Rede Globo, o instante em que Senna ultrapassava a linha de chegada para garantir o título mundial.

Prost ainda venceria o GP da Austrália, último da temporada, fechando o ano três pontos atrás do brasileiro -90 a 87- e confirmando a soberania da McLaren.

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