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Jorge Sampaoli nega demissão e inicia ´queda de braço´ com Santos

A queda de braço entre Santos e Sampaoli parece estar apenas no início. O clube exige do treinador pagamento de US$ 2,5 milhões (R$ 10,5 milhões) pela rescisão do contrato, que se encerraria em dezembro de 2020.


Por Estadão Conteúdo Publicado 11/12/2019
Jorge Sampaoli nega saída do Santos
**ARQUIVO** RIO DE JANEIRO, RJ, 14/09/2019: JORGE-SAMPAOLI (Foto: Andre Melo Andrade/MyPhoto Press/Folhapress)

O técnico Jorge Sampaoli, 59, nega que tenha pedido demissão do Santos. A sua saída do cargo foi anunciada pelo clube na noite desta terça-feira (10), por meio de nota publicada no site da agremiação.
O Santos informou que Sampaoli comunicou a demissão após reunião no dia anterior e que “o caso foi entregue aos departamentos jurídico e de recursos humanos do clube”.

A assessoria de imprensa do treinador sustenta que o argentino não pediu desligamento do clube e que ainda aguardava por um retorno, após pedido do presidente santista, José Carlos Peres, de se reunir com membros do comitê gestor.
A queda de braço entre Santos e Sampaoli parece estar apenas no início. O clube exige do treinador pagamento de US$ 2,5 milhões (R$ 10,5 milhões) pela rescisão do contrato, que se encerraria em dezembro de 2020.

Além disso, já avisou que cobrará mais R$ 3 milhões pela liberação de quatro membros da comissão técnica indicados pelo argentino. Um deles, o auxiliar Jorge Desio, fazia parte dos planos para a próxima temporada.

O acordo, porém, é considerado improvável. Sampaoli e Desio se conheceram em 1994 no Renato Cesarini, clube de Rosário conhecido pela formação de atletas e técnicos. No Santos, Desio inclusive já comandou treinos e assumiu o lugar de Sampaoli no banco de reservas, enquanto o técnico cumpria suspensão.

O desencontro entre as partes pode levar o caso para a Justiça. Sampaoli já conta com o auxílio de um advogado brasileiro, enquanto o Santos acredita estar bem coberto juridicamente para provar que o antigo comandante solicitou desligamento. Todos os membros do departamento jurídico foram orientados a não se pronunciar sobre o caso.

Mesmo que não acerte o rompimento de forma amistosa, Sampaoli pode tomar rumo semelhante ao de Ricardo Gomes, que deixou o clube em setembro do último ano, após dois meses como superintendente de futebol, para atuar como gerente geral no Bordeaux (FRA).

Gomes precisava dar uma resposta imediata aos franceses. Fez isso e quase oito meses depois acordou com o clube alvinegro o pagamento de cerca de R$ 600 mil pelo rompimento do contrato.

Independentemente do desencontro de informações, a saída é dada como certa. Apesar da boa campanha do Santos na temporada, semifinalista do Campeonato Paulista e vice do Campeonato Brasileiro, o argentino e Peres não cultivam boa relação.

Sampaoli e sua comissão custaram cerca de R$ 20 milhões aos cofres santistas por uma temporada. Somente o treinador recebeu aproximadamente US$ 2,3 milhões de dólares líquidos no período (R$ 9,6 milhões).
O treinador criou uma relação de proximidade com a cidade de Santos, mas externou publicamente incômodo pelo que considera falta de planejamento e desorganização de Peres e a sua cúpula.
Na reunião da segunda-feira, que durou quatro horas, o argentino apresentou exigências para continuar, a principal delas um valor de R$ 100 milhões destinado a contratações de jogadores para brigar pela Copa Libertadores da América.

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