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‘Filho do terrão’, Roni não abandonou Corinthians nem sob luto por irmão

Após a vitória contra o Bahia, Roni fez questão de dedicar o gol ao seu irmão; "Queria dedicar esse gol para o meu irmão. Ele faleceu", afirmou ao Premiere


Por Estadão Conteúdo Publicado 17/09/2020
Foto: Reprodução/Instagram

O volante Roni, que estreou como profissional do Corinthians atuando como titular nesta quarta-feira (16), marcando um dos gols da vitória sobre o Bahia, por 3 a 2, na Neo Química Arena, sempre foi considerado internamente a personificação do time em campo nas categorias de base.

Ele é conhecido pelos profissionais do clube como um verdadeiro “filho do terrão”, como são tratados os atletas revelados nas categorias de base alvinegras.

Roni está há 16 anos no Corinthians, já que chegou no futsal do clube em 2004. Ele foi transferido para os gramados com 11 anos e sempre foi o capitão do Corinthians em todas as categorias que atuou, principalmente pelo seu estilo aguerrido dentro e fora das quatro linhas.

Aliás, foi em uma tragédia fora de campo que ele mostrou sua liderança e fama de comprometido. Em dezembro de 2016, Roni perdeu o irmão mais velho, Tupã, e, segundo apurou a reportagem, se recusou a abandonar o Corinthians em uma Copa-RS após ficar sabendo do falecimento. Mesmo abalado, o atleta demonstrou raça em todos os jogos e só deixou a competição quando o clube alvinegro foi eliminado.

O irmão de Roni jogou no time B do Palmeiras, que o dispensou após identificar um problema cardíaco. No entanto, Tupã continuou atuando na várzea, onde ganhava um pouco de dinheiro para ajudar a família. Mas sofreu uma parada cardíaca jogando, ficou em coma e morreu poucos dias depois.

Após a vitória contra o Bahia, Roni fez questão de dedicar o gol ao seu irmão. O volante disse que está cumprindo uma promessa que fez a Tupã. “Gol muito especial, faz mais de 16 anos que estou no Corinthians, e o sonho sempre foi jogar no profissional, fazer um gol. Trabalhei muito, só eu e minha família sabemos o que passamos. Queria dedicar esse gol para o meu irmão. Ele faleceu”, afirmou ao Premiere.

“Eu sempre falei para ele que um dia seria profissional, que iria ajudar meu pai e minha mãe, que sempre foi o sonho dele, poder dar uma casa e ajudar meus pais. Hoje estou feliz por poder fazer isso e pelo Corinthians, que sempre me ajudou. Eu fui criado aqui, eles que me educaram, a minha vida inteira foi no Parque São Jorge. Hoje é um dia muito especial”, completou.

Na base, Roni atuou em uma geração vencedora, com Pedrinho, Léo Santos, Pirulão, Léo Jabá, Fabrício Oya e companhia, e quase sempre foi capitão.
Além de líder, Roni também pode ser chamado de “coringa” no Corinthians. Ele começou a jogar no campo como atacante e passou a ser deslocado para outras posições: meia, segundo volante e primeiro volante.

Na estreia no profissional, ele atuou como segundo volante por dentro. O Corinthians jogou no esquema 4-1-4-1, com Xavier entre as linhas, Otero e Everaldo abertos, Roni e Araos por dentro, e Mateus Vital de “falso 9”.

Aliás, Xavier, capitão na Copa São Paulo deste ano na ausência de Roni, estreou como titular contra o Bahia e também teve ótima atuação. Mostrou personalidade, desarmou e exibiu bastante força física apesar de jovem. Antes de chegar ao Corinthians, em 2017, ele passou por Portuguesa Santista e Ponte Preta.

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