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Criticados, Diniz e Nunes buscam validação de estilos no clássico

A partir de 11h, com transmissão do Premiere, os rivais medirão forças em um duelo que poderá dar fôlego aos técnicos, chamuscados pelo que foi apresentado até aqui na temporada, ou aumentar a pressão sobre seus trabalhos


Por Folhapress Publicado 29/08/2020 Atualizado 31/08/2020
Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Fernando Diniz e Tiago Nunes assumiram seus atuais empregos com a promessa de estabelecer um futebol vistoso, ofensivo e, claro, de bons resultados. Até agora, não conseguiram entregar o desempenho esperado e estão longe dos números que importam à torcida, mais interessada em ver a bola na rede do que em vibrar com sua posse.

É com o placar do Morumbi que estarão preocupados os torcedores de São Paulo e Corinthians neste domingo (30), em clássico válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A partir de 11h, com transmissão do Premiere, os rivais medirão forças em um duelo que poderá dar fôlego aos técnicos, chamuscados pelo que foi apresentado até aqui na temporada, ou aumentar a pressão sobre seus trabalhos.

No momento, após semanas de tensão para Diniz, quem parece encarar mais críticas é Tiago Nunes. Depois de perder a decisão do Campeonato Paulista para o Palmeiras, o gaúcho de 40 anos começou o Brasileiro conquistando cinco pontos em quatro jogos, com apenas uma vitória -sobre o então lanterna Coritiba, que teve um jogador expulso logo no início.

Contratado no começo da temporada para mudar o estilo do Corinthians, que tinha uma identidade defensiva sob comando de Fábio Carille, ele encontrou dificuldade para impor seu modelo. Os problemas o fizeram dar alguns passos atrás e abrir mão do jogo agressivo, vendo-se na inusitada obrigação de explicar que não é ofensivo.

“A gente vive um momento em que todas as pessoas são rotuladas. Em nenhum momento, desde que cheguei aqui, eu me rotulei como um treinador ofensivo. Sou um treinador desportivo”, disse Nunes, durante a caminhada até o vice-campeonato estadual.

Se a ideia era um futebol mais “rock’n’roll”, expressão usada pelo técnico para caracterizar o ritmo que buscava para a equipe, tornou-se necessário adotar certa cadência. Foi o suficiente para ficar perto do título paulista, mas a taça perdida nos pênaltis não deu ao comandante o crédito que teria recebido em caso de triunfo sobre o arquirrival.

No Nacional, ele vem pouco a pouco tentando se aproximar de seu plano original. Mas o Corinthians ainda está distante de ser um time que envolve os adversários. Em cinco jogos, a equipe marcou apenas seis gols.

Na última quarta-feira (26), foi necessário suar para buscar um empate por 1 a 1 com o Fortaleza em Itaquera, com gol do questionado Luan.

“Se tivéssemos vencido, diriam que a equipe se encaixou. Como não venceu, não se encaixou… Acho que é um processo normal. Eu continuo satisfeito e acreditando que estamos no caminho certo”, afirmou o técnico corintiano.

Neste final de semana, Tiago Nunes voltará a encontrar Fernando Diniz no Morumbi. No mesmo local, no Paulista, os rivais empataram sem gols.

O mineiro de 46 anos está há mais tempo no São Paulo. Ele desembarcou no clube em setembro do ano passado, após a demissão de Cuca, e não chegou a empolgar com a sexta colocação no Brasileiro, mas foi mantido à frente do time para 2020.

Fiel a seu estilo, baseado na posse da bola e na coragem para sair jogando sob pressão, chegou a engatar boas apresentações no Paulista e uma vitória convincente sobre a LDU, pela Libertadores, antes da paralisação pela pandemia do novo coronavírus. Na volta, apresentando um futebol ruim, a equipe foi eliminada do Estadual por um remendado Mirassol.

Com o emprego ameaçado no início do Brasileiro, adotou um jogo mais pragmático para sobreviver à estreia, batendo o Fortaleza por 1 a 0, no Morumbi. Depois disso, perdeu para o Vasco e empatou com o Bahia no Morumbi, mas os triunfos consecutivos sobre Sport e Athletico, ambos por 1 a 0, lhe deram tempo.

Nesta sequência recente de vitórias, o São Paulo esteve mais perto do plano de ação concebido pelo treinador, que mudou quase toda a sua linha defensiva. Juanfran, Arboleda e Bruno Alves deram lugar a Igor Vinícius, Diego Costa e Léo, este um lateral esquerdo transformado em zagueiro.

Diante do Athletico, especialmente no segundo tempo, o São Paulo fez provavelmente seu melhor jogo desde a volta do futebol. Com gol de Luciano, foi a 10 pontos em cinco partidas no Brasileiro.

“Nos momentos mais difíceis eu trabalho mais ainda. O único que tem razão no São Paulo é o torcedor. Crédito a gente tem com a torcida quando ganha jogo e campeonato”, afirmou Diniz na última quarta (26).

A chegada de Luciano ao Morumbi, aliás, foi uma injeção de ânimo no elenco tricolor e um alívio para a pressão sofrida por Fernando Diniz.

Trocado pelo meia-atacante Everton, que foi para o Grêmio, o atacante de 27 anos marcou em sua estreia contra o Bahia, deu a assistência para Pablo anotar diante do Sport e foi o autor do gol da vitória sobre o Athletico.

Sem Daniel Alves, que passou por uma operação no antebraço e deverá desfalcar o time por pelo menos um mês, aumenta a aposta sobre a dupla de frente do São Paulo para decidir o clássico. No caso de Luciano, há a oportunidade inclusive de marcar no ex-clube, pelo qual foi campeão brasileiro em 2015.

SÃO PAULO: Tiago Volpi; Igor Vinicius, Diego Costa, Arboleda (Bruno Alves) e Léo Pelé; Tchê Tchê, Hernanes (Luan), Gabriel Sara e Helinho; Luciano (Paulinho Bóia) e Pablo. T.: Fernando Diniz.

CORINTHIANS: Cássio, Fagner, Gil, Danilo Avelar, Sidcley; Gabriel (Ederson), Cantillo, Luan (Araos), Mateus Vital (Otero ou Ramiro), Léo Natel; Jô. T.: Tiago Nunes.

Estádio: Morumbi, em São Paulo (SP)
Horário: 11h deste domingo (30)
Juiz: Flávio Rodrigues de Souza (Fifa/SP)

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