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Com dinheiro curto e Série B, Cruzeiro vive nova realidade aos 99 anos

Time mineiro completa 99 anos nesta quinta-feira (2) vivendo uma realidade bem diferente e nunca vista na história do clube


Por Folhapress Publicado 02/01/2020
André Araújo/Cruzeiro

Ao contrário das celebrações de anos anteriores, o Cruzeiro completa 99 anos nesta quinta-feira (2) vivendo uma realidade bem diferente e nunca vista na história do clube.

Ainda sofrendo com os reflexos de uma crise financeira e administrativa que deixou múltiplos estragos, diretoria e torcedores comemoram o aniversário da agremiação mineira com esperança de dias melhores e ao mesmo tempo já se preparando para as dificuldades de jogar uma Série B que pode ser decisiva na história celeste, para o bem ou para o mal.

O impacto mais drástico que o Cruzeiro sofreu e já começou a sentir na pele é em relação às finanças. Com dívidas que ultrapassam os R$ 700 milhões, o comitê transitório gestor que administra o clube está sendo obrigado a cortar muitos gastos. Um deles é na folha salarial, que precisará cair para cerca de R$ 5 milhões, com jogadores recebendo no máximo R$ 150 mil.

O clube também nunca viveu uma escassez tão grande de receitas. Enquanto o orçamento de 2018 foi de R$ 380 milhões, a previsão para 2020 é receber apenas R$ 80 milhões (válido para todo o clube, não só para o departamento de futebol).

Para se ter uma ideia, o valor é inferior aos R$ 95 milhões que a diretoria deve aos atletas por causa dos três meses de salários atrasados e outros vários direitos de imagem e FGTS não depositados. Na semana que vem, esse débito aumentará para quatro meses caso a diretoria não consiga levantar verba para pagar os atletas.

Outra experiência amarga a que o Cruzeiro terá que se acostumar em 2020 é a logística da Série B. Ao contrário de 2019, o clube mineiro terá poucos jogos na região sudeste, precisando sair de Belo Horizonte para fazer longas viagens rumo ao sul e ao nordeste do país. Nas partidas fora de casa, serão cinco jogos nas regiões de Minas Gerais e São Paulo.

Por outro lado, o Cruzeiro terá sete viagens para o sul do país – Caxias do Sul (Juventude), Chapecó (Chapecoense), Curitiba (Paraná), Florianópolis (Avaí e Figueirense), Pelotas (Brasil-RS) e Ponta Grossa (Operário-PR) -, além de seis compromissos no nordeste – Aracaju (Confiança-SE), Maceió (CRB e CSA), Recife (Náutico), Salvador (Vitória) e São Luís (Sampaio Corrêa) – e um na região centro-oeste, contra o Cuiabá.

Prevista para começar no mês de maio, a Série B também levará outra mudança ao Cruzeiro. Somente com o Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro para disputar, o time deixará de jogar aos domingos e quartas-feiras para começar a entrar em campo nas terças, sextas e sábados, como costuma acontecer na Segunda Divisão nacional.

Agora, o clube mineiro precisa colocar em prática todo o seu plano para se reestruturar. Mais importante que ser campeão da Série B é estar entre os quatro promovidos à elite. Fora do campo, controlar as finanças cortando gastos excessivos é o mínimo que o clube precisa fazer.

Do contrário, os reflexos de um rebaixamento podem ir muito além de um ano sem figurar entre os melhores do país, correndo o risco de permanecer na prateleira de baixo e se afundar ainda mais no caos em que se encontra.

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